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Aliar a contraceção ao tratamento da acne? Há uma nova opção

30 anos depois de uma pílula contracetiva ter sido recomendada para o tratamento da acne, há uma pílula de nova geração que começa agora a ser recomendada também.

Aliar a contraceção ao tratamento da acne? Há uma nova opção
Notícias ao Minuto

16:01 - 26/09/17 por Vânia Marinho

Lifestyle Saúde

Segundo a ‘Avaliação das Práticas Contracetivas das Mulheres em Portugal’, desenvolvida pela Sociedade Portuguesa da Contracepção e pela Sociedade Portuguesa de Ginecologia em 2015, a maioria das mulheres portuguesas (58%) utiliza pílula como contracetivo regular. Neste que é o Dia Mundial da Contraceção, 26 de setembro, aproveitamos para falar de um efeito ‘colateral’ da pílula que pode ser muito útil para as mulheres que sofrem de acne.

Segundo um estudo do ‘Portuguese Acne Advisory Board’, a acne vulgar é, provavelmente, a doença cutânea mais frequente, afetando 85% a 100% da população em qualquer momento da sua vida. Contudo, geralmente é um problema que aparece sobretudo nas pessoas mais jovens e durante a adolescência e, especificamente, nas mulheres até aos 25 anos de idade.

Recentemente surgiu uma nova opção de tratamento de segunda linha no tratamento da acne moderada em mulheres: uma pílula contracetiva dienogest 2 mg + etinilestradiol 0,03 mg. A segunda pílula contracetiva indicada para o tratamento de acne nos últimos 30 anos.

Em entrevista ao Lifestyle ao Minuto a Dra. Marta Pereira, dermatologista da Unidade Local de Saúde de Matosinhos, revela que os profissionais de saúde já usavam esta pílula para o tratamento de acne, mas ‘of label’. Ou seja, esta era usada “pela sua ação antiandrogénica favorável ao tratamento da acne, mas não estava escrito na bula que ela era especificamente formulada com este objetivo.

“Houve uma revisão, de estudos que entretanto foram publicados com um número representativo de mulheres e que demonstraram a eficácia desta pílula nesta indicação, e colocou-se finalmente na bula do medicamento esta recomendação específica, de que esta pílula era recomendada no tratamento da acne”, revela a especialista.

Conta ainda que há 30 anos houve uma outra pílula que recebeu esta recomendação, que é uma pílula constituída por etinilestradiol e acetato de ciproterona. Até ao momento, com recomendação específica para a acne só existem estas duas.

No entanto, a pílula que é acaba de ser recomendada para o tratamento da acne, como a Dra. Marta Pereira explicou é uma pílula de nova geração. “É de baixa dosagem, tendo menos efeitos colaterais associados a estrogénios em alta dose e menor risco de tromboembulismo, e tem um perfil simpático porque tem uma ação anti-proliferativa no endométrio, ou seja, diminui a abundância do período menstrual, bem como a dismenorreia (dor menstrual) e também provoca menos aumento do colesterol”.

Quanto à prescrição, a Dra. Marta Pereira informa que geralmente a prescrição de pílula contracetiva é feita dois anos após menarca (a primeira menstruação), “desde que a mulher não tenha nenhuma contraindicação, como hipertensão, antecedentes de doenças tromboembólicas ou doenças cardiovasculares”.

Numa mulher saudável e idealmente não fumadora – sendo a toma da pílula desaconselhada em mulheres fumadoras após dos 35 anos, por causa do risco tromboembólico – a pílula contracetiva pode ser recomendada, destaca.

Infelizmente, nem sempre a pílula é suficiente para combater a acne, embora em casos leves possa resultar. “Segundo as diretrizes de qualquer sociedade de dermatologia, a pílula é um adjuvante do tratamento da acne em qualquer mulher que a possa tomar.”

Portanto, a pílula contracetiva pode auxiliar o tratamento da acne, que geralmente tem como tratamento de primeira linha os tópicos (cremes ou pomadas) com substâncias como etinóides, antibióticos, peróxido de benzoilo e o ácido azelaico.

Para ajudar a reduzir as lesões de acne a pílula contracetiva pode ainda ser associada a outros medicamentos hormonais como a espironolactona, o acetato de ciproterona e a flutamida. “A pílula é mais segura do que qualquer um desses três. Claramente o seu perfil de segurança e de efeitos colaterais é mais favorável do que qualquer um destes três anti-androgénios”, sublinha a especialista.

Apesar dos efeitos colaterais - como fotossensibilidade, irritação e descamação da pele - dos cremes e pomadas para tratar a acne, a especialista destaca que não há que ter medo de tratar a acne. Até porque “atualmente a dermatologia usa doses e esquemas bastante mais simpáticos do ponto de vista de posologia e de facto os efeitos colaterais que se observavam anteriormente acabam por ser colmatados com esta evolução e até com a evolução da cosmética, que é um auxílio e um complemento para melhorar os sintomas”.

A dermatologista sublinha que, “sem dúvida, qualquer tratamento de acne demora quatro semanas a atuar” e que “quanto mais precoce o tratamento for, menor a probabilidade de cicatrizes”. Destaca: “As cicatrizes, sim, são difíceis de tratar, a acne ativa, não”.

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