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Hepatite. Há "conhecimento superficial" sobre uma das doenças mais fatais

Celebra-se esta sexta-feira o Dia Mundial da Luta contra as Hepatites, uma doença com seis variantes e cuja ação no organismo pode ser fatal.

Hepatite. Há "conhecimento superficial" sobre uma das doenças mais fatais
Notícias ao Minuto

07:34 - 28/07/17 por Daniela Costa Teixeira

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A hepatite é uma inflamação do fígado causada por agentes tóxicos (como os medicamentos ou as bebidas alcoólicos), infecciosos ou virais, podendo ainda ser de origem auto-imune e de causa desconhecida. Em alguns casos, esta doença é bastante penosa e implica transfusões de sangue e até um transplante de fígado, noutros pode nem sequer chegar a ser um verdadeiro problema.

Para assinalar o Dia Mundial da Luta contra as Hepatites, que se celebra esta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou um plano de ação que pretende, até 2021, eliminar a doença que faz parte da vida (e de forma crónica) de mais de 325 milhões de pessoas em todo o mundo.

As hepatites virais são o maior problema de saúde a nível global, estimando-se que 257 milhões de pessoas vivem com Hepatite B e 71 milhões com Hepatite C. Contudo, se o número de infetados é, por si só assustador, o que dizer do escasso número de diagnósticos e tratamentos. Diz o organismo que, até ao final de 2015, apenas 9% dos portadores de Hepatite B e 20% dos portadores de Hepatite C foram diagnosticados e encaminhados para tratamento.

Só em 2015, adianta a OMS no seu mais recente relatório, mais de um milhão de pessoas morreram à boleia de hepatites virais, um número claramente superior às mortes por VIH/Sida.

De acordo com Arsénio Santos, coordenador do Núcleo de Estudos das Doenças do Fígado, da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna (SPMI), a Hepatite B e Hepatite C são as mais comuns lá fora e assumem-se como responsáveis por 80% dos casos de cancro do fígado em todo o mundo. Por cá, a Hepatite A “tem atualmente uma incidência mais baixa do que no passado, devido à melhoria das condições higieno-sanitárias”.

"Segundo o último estudo realizado entre nós, estima-se que, em Portugal, tenham Hepatite B cerca de 1,4% das pessoas e 0,5% tenham hepatite C. Embora o número de novos casos diagnosticados tenha vindo a diminuir nos últimos anos, o nosso objetivo deverá ser a redução ao mínimo de novas infeções", anuncia o especialista num comunicado enviado às redações.

Hepatites. Seis variantes e pouco conhecimento sobre cada uma delas

Apesar de ser uma doença comum e cada vez mais fatal, a hepatite é uma doença ainda desconhecida para muitas pessoas... incluindo os portugueses.

"Há, hoje em dia, maior interesse das pessoas por estes temas mas a informação que têm é muitas vezes incompleta e distorcida", diz Arsénio Santos, que alerta que "o conhecimento muito genérico e superficial destas coisas, havendo ainda grande desconhecimento acerca dos riscos e formas de transmissão das hepatites".

"Esse desconhecimento é grande, sobretudo nos jovens, podendo a solução passar por um ensino destes temas mais profundo, preciso e rigoroso, a nível das escolas. Na divulgação que é feita para a população em geral é preciso que sejamos mais diretos, claros e assertivos, pois constato que nem sempre a mensagem que passa é a mais correta", diz.

"A hepatite A e E resultam da ingestão de água ou alimentos contaminados. A Hepatite B, C e D requerem o contacto do vírus com o sangue do paciente a partir de outros fluidos contaminados, como pode ocorrer numa relação sexual, numa transfusão de sangue, partilha de seringas ou na transmissão da mãe para o filho durante a gravidez. A hepatite G foi a descoberta mais recentemente", explica o Hospital CUF no seu site.

Saiba mais sobre os tipos de hepatite

Hepatite A - É um dos tipos mais graves de hepatite, mas o tratamento tem-se mostrado eficaz e célere, sendo, por isso, uma patologia raramente fatal. A causa deste tipo de hepatite é um vírus que entra no organismo através do sistema digestivo e que pode ser transmitido de pessoa para pessoa. Portugal tem 402 casos confirmados de hepatite A, num total de 425 notificados desde o início do ano, segundo o último balanço da Direção-geral da Saúde (DGS).

Hepatite B - É a hepatite mais comum e, ao mesmo tempo, a mais perigosa e contagiosa de todas, podendo o vírus assumir um estatuto 'permanente' (crónico) no organismo e, com isso, causar doenças hepáticas variadas, como o cancro e a cirrose. O vírus da Hepatite B é transmissível de pessoa para pessoa através do sangue e dos fluídos corporais, como a saliva ou o sémen. Pode ocorrer ainda a passagem do vírus de mãe para filho. O vírus pode sobreviver fora do organismo pelo menos 7 dias, diz a Associação para o Planeamento da Família.

Hepatite C - É a hepatite mais silenciosa de todas e pode ser transmitida por via sanguínea. Também conhecida como hepatite não-A e não-B, esta forma é a que mais pode desencadear a cirrose e levar à hepatite crónica. Em Portugal, mais de 96% dos doentes em tratamento contra hepatite C ficaram curados após o início dos mais recentes tratamentos.

Hepatite D - Nasce por co-infeção ou por superinfeção é é provocada pelo vírus Delta, sendo, porém, quase sempre acompanhada ora pelo vírus que causa a hepatite A, como pelo vírus que causa a hepatite B.

Hepatite E - Pode ser um tipo de hepatite fulminante e transmite-se de pessoa para pessoa ou através da água e/ou alimentos contaminados com componentes fecais. A passagem de animais para humanos também pode acontecer.

Hepatite G - É a forma mais recente de hepatite, não sendo ainda do conhecimento científico se é ou não transmissível. Sabe-se, contudo, que é a forma menos penosa de hepatite, mas igualmente a que dá origem a mais casos crónicos.

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