Paris é o principal palco da moda mundial e a principal inspiração de quem faz da roupa um estilo de vida e uma forma de estar. É na capital francesa que as marcas de alta costura dão cartas e é nas ruas da cidade que os looks mais apreciados e desejados se destacam, passando facilmente além fronteiras.
O estilo parisiense é o mais apreciado e aclamado e aquele que dita as principais tendências de street style clássico, com looks formais e informais a fundirem-se numa aliança entre a escolha acertada das roupas e acessórios com a personalidade muito distinta das mulheres francesas. E é tudo uma questão de atitude... e bom gosto, claro.
Mas o estilo parisiense não tem de ser uma coisa apenas das mulheres francesas, pode facilmente ser aplicado no dia a dia de qualquer outra mulher, de qualquer nacionalidade e independentemente do seu trabalho ou do seu tipo de corpo. Para prová-lo, a modelo francesa dos anos 80 Ines de la Fressange juntou-se à jornalista da revista Elle Sophie Gachet e lançou dois livros que podem bem ser vistos como as bíblias do estilo.
Não é necessário ter nascido em Paris para ter o estilo parisiense. Eu sou o melhor exemplo disso: nasci em Saint-Tropez. Ter uma atitude made in Paris é mais um estado de espírito. Ser rock e jamais burguesa, por exemplo. A Parisiense nunca cai na armadilha das tendências: primeiro deixa-as estabelecerem-se e depois usa-as racionalmente, eis a sua receita secreta
O primeiro livro, 'A Parisiense - Livro de Estilo de Ines de la Fressange com Sophie Gachet' foi editado em 2010 e tem as dicas mais simples e certeiras para evitar erros comuns, falsos estilismos e compras desnecessárias. Ao todo são mais de 200 páginas de conselhos, alertas e ainda de dicas para levar o estilo parisiense para além da moda. E sim, há ainda um espaço para as "gafes de beleza" que tanto de cometem e que podem arruinar qualquer look, como acontece quando "o blush é aplicado diretamente como uma pintura de guerra" ou se usa "a maquilhagem a combinar com a roupa", algo que, diz a especialista, "parece coisa de jovem que pensa demais e que, afinal, não devia".
Como conseguir um look parisiense implacável todos os dias
O segundo livro 'O que hei de vestir hoje? - O estilo da Parisiense' chegou este ano às livrarias portuguesas pela mão da Bertrand Editora, que já tinha sido responsável pela publicação do primeiro trabalho desta dupla de sucesso no mundo da moda.
Nesta obra, aquela que foi a primeira modelo a assinar um contrato de exclusividade com uma marca de alta-costura, no caso a Chanel, dá conselhos mais atuais e mais voltados para a moda do momento, que se quer versátil, mas, sobretudo, sóbria.
Contrariamente a todas as revistas que a incitam a comprar peças novas em cada estação para seguir as tendências, estas receitas de estilo permitem-lhe preparar looks com os 'ingredientes' que já terá certamente no seu roupeiro. A atitude que está na moda? Aproveitar os restos
Para quem não sabe o que vestir hoje (ou sempre), a especialista dá conselhos a pensar nas mais variadas situações, seja a falta de tempo de manhã, a conversa com o chefe para pedir um aumento, a ida direta do escritório para uma saída com os amigos, etc.
Das peças fundamentais aos melhores looks para uma saída à noite, passando pelas reuniões familiares, o Natal, a passagem de ano e até mesmo a simples ida para o aeroporto antes de viajar, são vários os conselhos práticos dados pela ex-modelo, que recorre a peças concretas e conjugações muito próprias para exemplificar de forma clara como poderá ser o look final.
Tem o aniversário de uma amiga e não sabe o que vestir? Então siga o conselho de Ines e aposte num bomber, numa saia lápis, num top dourado e nuns escarpins de salto alto. E como a atitude vale tanto como a roupa em si, "a receita certa" está em "mostrar-se alegre".
Na prática, é tudo uma questão de consciência, diz a ex-modelo. "Às vezes, para ter estilo, não é preciso grande coisa: uma pequena inovação pode fazê-la ganhar muitos pontos em termos de imagem". É o que acontece quando se conjuga uma cesta de palhinha com um vestido de noite, ou se usa uma finta em vez de um cinto. Calçar uns ténis com um smoking e um casaco caqui por cima de um vestido preto são sempre apostas certeiras e a especialista dá outras tantas no seu segundo livro.
