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Alimentação do bebé: "Nem tudo o que é caseiro é mais saudável"

Nutricionista alerta que a ‘moda’ de preparar em casa tudo o que o bebé come pode não significar uma alimentação mais saudável ou segura.

Alimentação do bebé: "Nem tudo o que é caseiro é mais saudável"
Notícias ao Minuto

07:00 - 20/05/17 por Vânia Marinho

Lifestyle Tendências

Neste dia 20 de maio, entre as 10 e as 14h30, vários especialistas em saúde e nutrição infantil vão reunir-se na Fundação Calouste Gulbenkian para debater a importância dos primeiros 1000 dias na saúde futura do bebé.

O Lifestyle ao Minuto falou com Conceição Calhau, professora nutricionista na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e uma das oradoras, sobre as novas tendências da nutrição infantil.

A especialista comenta que os primeiros 2/3 anos de vida são cruciais para a saúde na idade pediátrica e na idade adulta e que se os pais têm “atitudes muito radicais nessa fase, isso pode, por exemplo, determinar maior suscetibilidade na vida adulta para diabetes tipo 2 ou obesidade”.

Muitas vezes os extremos das modas estão “associados a alimentações que têm muito de uma coisa e muito pouco de outras”, alerta, aconselhando: “Temos de ter noção de que qualquer que seja a opção, tem de ser uma opção equilibrada.”

Sobre as tendências da alimentação vegetariana e de retirar o glúten a nutricionista refere que “é preciso saber quais são os riscos de deficiências alimentares para essas fases da vida. Se esses riscos forem acautelados, muito bem. Agora se não forem, essa primeira exposição tem muito impacto depois naquilo que é a programação do metabolismo para a vida adulta.”

Outra tendência é a de fazer tudo em casa. A especialista diz que esta também pode ser uma posição extremista e diz: “Temos de ter consciência de que o cianeto também é natural, por isso nem tudo o que vem da natureza em bruto poderá ser bom para nós. E nem tudo o que é caseiro é mais saudável.”

As pessoas, muitas vezes não informadas ou mal informadas, podem produzir papas ou purés em casa que não são seguros – por exemplo se fizer um puré com maçãs tocadas e que já podem ter fungos – e que não têm todos os nutrientes de que a criança precisa - como uma papa que não tem micronutrientes.

“Se tiver uma papa caseira, na qual falta iodo, ferro e um probiótico e a comparar com uma papa feita pela indústria que tem todos esses ingredientes, vence a da indústria”, exemplifica a professora.

Mas destaca: “Claro que depois podemos pensar, a papa da indústria tem muito açúcar. Sim, é um facto. A indústria tem tido pressão e tem feito esforços para reduzir o açúcar, mas não nos podemos esquecer de que se essa é uma preocupação boa e válida por parte dos pais, também o é a da falta de micronutrientes.”

Os produtos para as crianças que são produzidos pela indústria são produzidos com muita ciência, faz notar Conceição Calhau, confidenciando que lhe faz “confusão” que as pessoas tenham deixado de ter “a sensibilidade de que houve uma evolução científica que a indústria alimentar tentou acompanhar.”

“E portanto, não podemos desfazer isto tudo e voltar ao ponto inicial de estarmos nós próprios em casa a fazer a maceração das sementes, a produzir uma papa, quando nem sequer temos o controlo dos pesticidas desses cereais – o que a indústria neste momento faz. Temos de procurar o razoável”, conclui.

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