Lançados novos chás nos Açores
A fábrica Gorreana, nos Açores, região que tem a única plantação de chá na Europa, vai lançar em março uma nova geração de chás com vários sabores numa parceria com a Misericórdia da Maia, foi hoje anunciado.
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Lifestyle Gorreana
"Vamos misturar o nosso chá verde e preto da Gorreana com as ervas aromáticas da ilha de São Miguel, como o poejo, a menta, erva-luísa, entre outras", disse à agência Lusa Madalena Mota, que integra a gestão da unidade fabril.
A cultura do chá nos Açores remonta ao século XIX, altura em que foi importada a planta, tendo surgido a indústria de transformação a partir de 1878.
Mantêm-se hoje duas unidades, as fábricas da Gorreana, um negócio de família que começou em 1883, e Porto Formoso, ambas no concelho da Ribeira Grande, na ilha de São Miguel.
Madalena Mota referiu que a criação dos novos chás deve-se à procura por parte dos consumidores, num momento em que o chá "voltou a ser moda", depois da predominância do café, considerou.
"O chá está novamente na moda e existe um grande culto sobre a planta. Os nossos clientes são, cada vez mais, grandes especialistas em chá, com os quais aprendemos diariamente, algo que não acontecia há uma década", declarou a empresária.
Segundo Madalena Mota, além de se vender atualmente mais chá, os consumidores, por outro lado, "procuram cada vez mais qualidade" e são cada vez "mais exigentes".
O provedor da Santa Casa da Misericórdia da Maia, Laudalino Rodrigues, explicou que o contributo da instituição sediada no concelho da Ribeira Grande passa pelo cultivo das ervas que serão utilizadas no fabrico do chá, tendo sido criadas duas estufas para o efeito.
Laudalino Rodrigues adiantou que o primeiro chá dos vários que se pretende lançar com a fábrica da Gorreana é o que conjuga menta e chocolate.
O provedor esclareceu que o projeto envolveu a criação de uma empresa com vários trabalhadores e acrescentou que o gabinete de desenvolvimento local da Misericórdia da Maia está a estudar, em conjunto com a fábrica, outras possibilidades de lançar mais produtos no mercado.
Além da sua produção, a fábrica Gorreana desenvolve chás exclusivos 'oolong', um chá chinês tradicional, situado entre o chá verde e o chá preto em termos de oxidação, para a Companhia Portugueza do Chá, em Lisboa.
Segundo o sítio da empresa na Internet, "atualmente as plantações da Gorreana cobrem uma área de 32 hectares, de onde se produzem cerca de 33 toneladas de chá por ano nas variedades de preto e verde".
A Santa Casa da Misericórdia do Divino Espírito Santo da Maia, que atua no norte do concelho da Ribeira Grande, entre Porto Formoso e Lomba de São Pedro, completa 100 anos em 2019.
Entre as suas valências contam-se uma farmácia, lar para idosos, lares para e crianças e jovens deficientes, espaços de atividades de tempos livres e o Museu do Tabaco.
A propósito de um livro lançado o ano passado, Virgílio Vieira, da Confraria do Chá do Porto Formoso, explicou que o chá produzido nos Açores "possui uma valorização superior aos demais, por ser mais rico em antioxidante benéfico para a saúde humana, evitando doenças da sociedade ocidental, como enfartes e cancro, tendo ainda um baixo custo".
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