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Mieloma múltiplo: Dores de costas e cansaço podem ser sinal de alerta

Até dia 26 de outubro assinala-se a Semana da Consciencialização do Mieloma Múltiplo. Falámos com um médico especialista e com uma mulher que já sofreu desta doença para tentar saber mais.

Mieloma múltiplo: Dores de costas e cansaço podem ser sinal de alerta
Notícias ao Minuto

16:12 - 21/10/16 por Vânia Marinho

Lifestyle Carreira

Em linguagem corrente, o mieloma múltiplo é um cancro que envolve as células que habitualmente produzem os anticorpos”, começa por explicar o Dr. Fernando Leal da Costa, médico hematologista e membro da APCL (Associação Portuguesa Contra a Leucemia) ao Lifestyle ao Minuto.

Os sintomas do início da doença, “como não são nada específicos”, podem fazer com que o diagnóstico acabe por ser muito tardio e hipotecam as hipóteses de sobrevivência dos doentes.

“É um dos poucos cancros, em particular do sangue, que provoca dores”, destaca o Dr. Leal da Costa, que explica que o mieloma múltiplo apresenta-se geralmente de três maneiras: dores ósseas repentinas mas que se vão instalando e que são fortes, anemia e insuficiência renal.

Sendo que na primeira forma de apresentação, “como [as dores] são mais frequentes nas costas as pessoas tendem a arrastar o problema e a não ir logo ao médico”, comenta o antigo ministro da Saúde. E a segunda e terceira formas de apresentação acabam por se fazer notar com sintomas de cansaço, muitas vezes desvalorizados pois é bastante raro o mieloma múltiplo surgir em pessoas com menos de 60 a 65 anos, pelo que os doentes tendem a associar o cansaço ao envelhecimento.

Ainda assim, esta doença é facilmente detetável através de uma simples análise ao sangue, onde se medem as proteínas que estão em circulação.

“Normalmente o que acontece é que estes sintomas ou não são suficientemente valorizados pela pessoa, porque se vão instalando, ou as queixas como também são muito incipientes acabam por não ser valorizadas”.

De modo geral esta doença é tratada com quimioterapia, mas apenas quando é sintomática – ou seja, provoca dores nos ossos, insuficiência renal ou anemia. Só se faz radioterapia quando as pessoas têm uma circunstância rara que é, em vez de terem um mieloma - que é uma doença generalizada da medula óssea -, terem apenas um tumor, às vezes circunscrito a uma zona de um osso com células de mieloma. Aí justifica fazer radioterapia, explica o especialista.

"Preferi sofrer sozinha e não contar a ninguém que estava doente"

O Lifestyle ao Minuto falou ainda com Cristina Martins, 50 anos, que descobriu aos 47 que tinha mieloma múltiplo e que, depois de um processo de diagnóstico e tratamento (com quimioterapia oral, radioterapia e autotransplante de medula) que durou 19 meses, tem agora a doença “adormecida”, como a própria descreve.

Conta que começou a ter dores na coluna e foi difícil para ela “perceber o processo e conseguir aceitar todo aquele tempo”, de espera e o afastamento da rotina normal.

“Preferi sofrer sozinha e não contar a ninguém que estava doente, mas agora [desde que a família descobriu o que estava a atravessar] acho que não foi a melhor opção. Sinto-me melhor com o apoio de todos”, admite.

“A doença deixa-nos isolados numa cápsula. Mas depois vemos que a vida continuou” e por isso foi um grande choque voltar à vida ‘normal’. Sente que é uma pessoa diferente e conta: “Só agora [depois de voltar ao trabalho] é que tive noção do que passei. Antes estava na luta e nem pensava nisso.”

Para a maioria é incurável

A sobrevivência média dos doentes de mieloma múltiplo está entre os cinco e os oito anos. “Infelizmente, o mieloma é ainda hoje para a maioria das pessoas uma doença incurável… mas há vários casos de remissão”, sublinha Leal da Costa.

Esta é “uma doença altamente incapacitante pelas dores que provoca e em que não conseguimos ainda garantir uma cura. Por isso esta doença, quer nos mais novos como nos mais velhos, tem um impacto funcional muito grande e daí resulta um impacto psicológico enorme”, concretiza o médico.

No entanto, como destaca o antigo ministro da Saúde, nas últimas décadas as ferramentas de diagnóstico e de tratamento têm melhorado muito. Sendo que há quimioterapia adequada a cada tipo de cancro e o mieloma múltiplo até já pode ser tratado com imunoterapia. 

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