A obstipação não escolhe idades, géneros ou momentos. Esta dificuldade acrescida em defecar (ou a produção de fezes mais duras) acontece a qualquer pessoa e pelos mais variados motivos.

Também conhecida como prisão de ventre, esta condição pode acontecer de forma pontual – como resultado da má alimentação, por exemplo – como pode ser também um problema crónico, o que afeta muito negativamente a qualidade de vida da pessoa. A obstipação surge, muitas vezes, aliada a dores abdominais, inchaço e a uma má disposição constante.

Mas, o que é que causa a prisão de ventre? Muitos fatores. Um deles é o consumo deficiente de fibra, nutriente que estimula o bom funcionamento intestinal, deixando-o regulado e proporcionando às fezes a cor e a textura adequadas.

Viajar pode também interferir com o trânsito intestinal, especialmente quando se trata de uma viagem de longo curso. À revista Self, a gastroenterologista Kyle Staller explica que as viagens e a mudança de fusos horários podem interferir negativamente com o relógio biológico da pessoa, o que faz com que o organismo não funcione de forma plena e algumas funções básicas do corpo fiquem comprometidas, que é o que acontece com os intestinos. Mas a mudança de rotina, a tendência para a desidratação e a alimentação desadequada nos primeiros dias de viagem são também aspetos a ter em conta na hora de procurar um culpado pelas tentativas falhadas sempre que se vai à casa de banho.

Diz a especialista que o consumo de lacticínios (de forma exagerada ou não) é também um fator que pode provocar prisão de ventre, especialmente se a pessoa tiver problemas em digerir a lactose – a obstipação e o inchaço podem mesmo ser sinais de que a pessoa é intolerante à lactose.

O consumo de alimentos nutricionalmente pobres, como os produtos processados e repletos de sal, açúcar e gordura têm também algo a dizer na dificuldade em defecar adequadamente, uma vez que não são digeridos da forma mais correta.

De acordo com Kyle Staller, os medicamentos podem também ser uma causa concreta de prisão de ventres, especialmente se em causa estiver a toma de analgésicos e fármacos para o tratamento de alergias, dois tipos de medicamentos que atuam diretamente no sistema imunitário, desregulando-o.

No caso das mulheres, salienta a especialista, o pós-parto pode ser ainda uma causa da prisão de ventre, não só pelos medicamentos tomados, como também por todo o esforço e mudanças no corpo provocados pela gravidez, que podem mesmo fazer com que o ato de defecar seja doloroso.

“A vagina é vizinha do reto” e, explica, “depois de ter um bebé, pode-se dar uma disfunção temporária na zona pélvica”, situação que pode desencadear a prisão de ventre – que fica ainda à mercê da amamentação, da falta de descanso e do desregulamento hormonal.

A prisão de ventre pode ser combatida não só com uma rotina de sono adequada, como com um estilo de vida isento de stress e que inclua a prática de exercício físico e uma alimentação saudável.