O Paracetamol é o responsável pelo maior número de intoxicações medicamentosas nos animais de companhia. O veterinário Dr. Luís Montenegro, diretor clínico do Hospital Veterinário Montenegro, falou com Lifestyle ao Minuto sobre os perigos de administrar Paracetamol em cães e gatos.
Explica que “o Paracetamol está muito na cultura de todos nós como sendo um fármaco inofensivo, (...) e isso faz com que as pessoas - e às vezes até alguns profissionais não veterinários mas que percebem de medicamentos - na sua boa fé, quando não podem socorrer de uma forma mais correta o animal, administrem o Paracetamol”.
Mas destaca que os nossos animais de companhia não toleram bem o Paracetamol, pois são espécies diferentes. “Sendo que a situação mais gravosa é nos gatos, pois por não metabolizarem o Paracetamol, este vai-se ligar à hemoglobina sanguínea impedindo que o animal tenha uma oxigenação correta, podendo mesmo levar à morte do animal”.
Nos cães, apesar de não ser tão letal, em doses que utilizamos para nós pode provocar severas insuficiências hepáticas, como avisa o especialista.
“Convém alertar as pessoas para que, em caso algum, administrem o Paracetamol em animais de companhia, porque ele vai provocar uma intoxicação medicamentosa, mais severa nos gatos, que pode levar à morte do animal”.
Há outras opções para os animais de estimação que são equivalentes ao Paracetamol e que não os põem em perigo. Como o Meloxicam – um anti-inflamatório não esteroide que tem um efeito idêntico ao Paracetamol e que não é tóxico para os animais de companhia.
Sublinha que nenhum medicamento deve ser administrado sem aconselhamento medico-veterinário e sugere que “nenhum veterinário irá recusar um pedido de orientação ou de ajuda do dono de um animal”, mesmo quando este não tem dinheiro para ir a uma consulta, “falo por mim e pela classe”.