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"Ter uma perturbação emocional é sempre grave"

Das emoções negativas aos estados mentais, do papel da psicoterapia a tudo o que as pessoas devem saber sobre o bem-estar psicológico. O Lifestyle ao Minuto conversou com o Américo Baptista, psicólogo clínico e autor de ‘O Futuro da Psicoterapia’.

"Ter uma perturbação emocional é sempre grave"
Notícias ao Minuto

07:27 - 26/05/16 por Daniela Costa Teixeira

Lifestyle Américo Baptista

Preocupamo-nos com as emoções negativas porque nos fazem sofrer, porque contribuem de um modo negativo para a nossa saúde mental”. Mas podemos viver sem essas emoções negativas? Jamais.

“Se eu não tiver medo, não tenho cuidado a atravessar a estrada e sou atropelado. Mas, quando este medo se transforma numa fobia, numa perturbação ansiosa, aí já estamos a falar de uma coisa completamente diferente”.

Ao Lifestyle ao Minuto, o psicólogo clínico Américo Baptista explica como a saúde mental é perturbada pelo estilo de vida e como perturba o próprio estilo de vida. Será um ciclo vicioso? Sim. E está na hora de abrir os olhos e olhar para os sentimentos com atenção.

No seu mais recente livro ‘O Futuro da Psicoterapia – O que todos deviam saber sobe os tratamentos psicológicos’ (Pergaminho, abril 2016), Américo Baptista fala da importância da compreensão dos sentimentos e de como uma saúde mental débil pode ser incapacitante a vários níveis.

Embora os sentimentos negativos sejam “bons para as nossas vidas”, Américo Baptista começa por destacar que “nunca podemos dizer que alguma perturbação mental seja boa para o nosso bem-estar, temos que dividir aquilo que são medos daquilo que são perturbações ansiosas”.

“Nunca podemos dizer que estar deprimido é bom para a nossa vida, mas podemos dizer que estar triste às vezes é bom para a nossa vida”, continua.

Para o também diretor da Clínica Psicológica de Desenvolvimento Humano e do Programa de Aprendizagem Social e Emocional ao Longo da Vida – Mente Ativa, “as perturbações mentais não interferem diretamente com o diagnóstico ou tratamento de uma doença física”, mas “se eu tiver uma doença do ponto de vista físico, e além disso tiver uma doença do ponto de vista mental, tenho dois problemas. A doença mental afeta o diagnóstico que eu tiver do ponto de vista físico”.

“Ter uma perturbação emocional é, mais uma vez, sempre grave. Piora a situação”, frisa o psicólogo, destacando que “as perturbações emocionais são causadas por grandes grupos de fatores: por um lado fatores genéticos – não tem uma perturbação mental quem quer, tem, na verdade, quem tem uma carga hereditária para isso –, por outro, o estilo de vida”.

Na nossa sociedade, “que é uma sociedade com muita incerteza e muita pressão”, o estilo de vida “contribuiu para que as perturbações mentais sejam ainda maiores”.

Mas as pessoas têm consciência do próprio estado mental? Sim, mas isso não basta. Américo Baptista diz que “as pessoas têm consciência quando têm uma perturbação mental, eu sei quando sofro ou quando me dói, mas eu não sei é fazer o diagnostico, e esta é uma parte fundamental para os técnicos de saúde mental saberem diagnosticar isso”.

“Se eu tiver uma perturbação de pânico – em que penso que posso morrer, ter uma doença muito grave ou perder o controlo –, faz parte dos técnicos de saúde mental dizerem que a pessoa não tem um problema cardíaco, mas sim um problema de ansiedade”, explica, referindo que “o mesmo acontece com a depressão”.

“As pessoas quando estão deprimidas, além do sofrimento do ponto de vista emocional, têm queixas físicas, faz parte mais uma vez do especialista informar que não é uma doença física, mas sim emocional”, conclui.

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