"Autarquias deviam fechar ruas para miúdos brincarem"
Ser criança já não é ser… criança. Longe vão os tempos em que a infância era sinónimo de brincadeira e trapalhadas. Agora, ser criança é nada mais do que ser um mini-adultos. E os especialistas alertam para os riscos.
© PixaBay
Lifestyle Dia da Criança
As crianças de hoje brincam? Sim. Muito? Não. Estudam? Sim. Muito? Sim. Este é o cenário mais realista das infâncias atuais, uma altura em que os mais novos passam horas a fio em escolas, ATLs e outras tantas atividades lúdicas e pedagógicas. Brincar? Só nos tempos livres e mediante a disponibilidade da agenda.
E é este lado de “executivo” que mais chama a atenção dos especialistas. Ao Diário de Notícias, o psicólogo e coordenador da Linha SOS Criança, Miguel Coutinho, e a pedopsiquiatra Ana Vasconcelos alertam para os riscos da vida atarefa que as crianças levam hoje.
“Toda a atividade é preenchida até à exaustão, até se faz agenda para os tempos livres que deveriam ser livres”, diz o psicólogo que lança o desafio: “as autarquias, por exemplo, deveriam mandar fechar as ruas aos fins de semana para os miúdos poderem ir jogar à bola com os outros, aprender a ganhar e a perder; para irem pedalar uma bicicleta, aprender a andar e cair. Tudo sob observação dos pais, claro”.
Ana Vasconcelos alerta para o tempo que os mais novos passam em frente aos ecrãs e na escola, que, a seu ver, “transformou-se num espaço que é mais de avaliação e competição do que de aprendizagem”.
Ao DN, a pedopsiquiatra diz que “uma criança só aprende se sentir desafio, se se sentir confiante. Se tem medo, se sente a pressão do falhar, bloqueia e não aprende”.
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com