No dia em que se assinala o Dia Mundial da Menopausa (18 de outubro) é importante reforçar que esta é uma fase natural e um marco na vida da mulher, caracterizada por sinais e sintomas associados às alterações hormonais, com impacto não só físico, como psicossocial com compromisso na qualidade de vida.
Numa entrevista exclusiva ao Notícias ao Minuto, a fisioterapeuta e terapeuta ocupacional na clínica Médis, Cláudia Silvestre, explicou que os sintomas mais frequentes são os afrontamentos e sudorese noturna; alterações de humor; insónias; secura vaginal; diminuição da libido e ainda diminuição de densidade óssea e incontinência urinária. Podendo variar de pessoa para pessoa.
A menopausa pode afetar o corpo da mulher das mais variadas formas, mas há métodos para atenuar esses sintomas. A fisioterapia pélvica é um deles!
Esta área de intervenção pode e deve aplicar-se a qualquer idade, mas segundo Cláudia Silvestre, este método pode ser uma mais-valia na fase da menopausa.
A abordagem é holística, trabalhando a componente postural e respiratória, sendo este o objetivo principal da intervenção, bem como a reeducação dos músculos do pavimento pélvico. A par disso, pode melhorar a autoestima da mulher.
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Que resultados proporciona a fisioterapia pélvica?
Os resultados da intervenção em fisioterapia são a redução da atrofia vaginal, melhoria da lubrificação da mucosa vaginal, promovendo o bem-estar íntimo e melhoria da incontinência urinária. As técnicas utilizadas são exercícios fortalecimento, técnicas de relaxamento, eletroestimulação e biofeedback.
Que outros impactos pode ter a fisioterapia pélvica?
O acompanhamento fisioterapêutico pode ter um impacto positivo na saúde emocional das mulheres durante a menopausa. A prática regular de exercícios físicos, que muitas vezes faz parte da fisioterapia, liberta endorfinas, que são hormonas que melhoram o humor. Além disso, o suporte emocional e a educação sobre o que esperar durante a menopausa ajudam as mulheres a sentirem-se mais confiantes e preparadas para lidar com as mudanças.
Com que frequência devem fazer?
A frequência das sessões de fisioterapia pélvica pode variar conforme as necessidades individuais de cada paciente. Em geral, recomenda-se uma ou duas sessões por semana, dependendo dos objetivos do tratamento. No decorrer do tratamento, a frequência pode ser ajustada com base na evolução da paciente e na sua adesão aos exercícios em casa.
A fisioterapeuta especializada reforça que este método pode contribuir para a manutenção da mobilidade, força muscular e equilíbrio, aliviando as tensões musculares e levando à melhoria da qualidade de sono e alterações de humor. Sublinhando o papel importante na melhoria das disfunções do pavimento pélvico.
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