"Em Portugal, uma em cada 10 crianças sofre de Dislexia.
Como qualquer criança, querem ser bem-sucedidas na escola. Mas, inesperadamente, algo corre mal ao iniciar a leitura-escrita: troca letras de som ou de forma equivalente - ao “c” atribui o som “g”, ao “d” o som “b”; pretende escrever “pai” e surge “pia” ou “só” e escreve “os”!
Os pais e os professores inquietam-se, tentam resolver de uma vez por todas a perturbação, mas ela persiste.
Que se passa com a criança? É esforçada, aprende bem e até pode ser entusiasta e rápida, em matemática ou estudo do meio, por exemplo! Mas ler é um problema …
Adensam-se em torno delas sinais da preocupação; aí se inicia um ciclo penoso que, mais adiante, traz intermináveis momentos de angústia, vergonha, medo!
São crianças com capacidades cognitivas, por vezes, até mais elevadas, mas com desenvolvimento neurodivergente.
Na Educação Pré-Escolar poderia ter havido essa percepção.
E poderia ter havido, no seu grupo de pertença, nas atividades lúdicas de cada dia, certa diferenciação, com o que se poderia ter obtido um desenvolvimento mais adequado, capaz de, ao chegar ao ato de ler, ter evitado que a perturbação fosse tão significativa!
No Sistema Educativo, entre nós, temos de alcançar essa étapa de qualidade na Educação – cuidar da identificação precoce das dificuldades nos domínios em que se vão ancorar a leitura-escrita de uma qualquer criança, desenvolvendo, em tempo útil, as competências diretamente implicadas. Isto é, na Educação Pré-escolar pode ser efetuada a identificação e melhoradas as competências facilitadoras da Leitura-escrita!"
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