Dormir mal pode acelerar o envelhecimento do cérebro. Estas foram as conclusões de um estudo realizado pelo Instituto Karolinska, da Suécia, e publicado pela revista eBioMedicine.
"As nossas conclusões indicam que dormir mal poderá contribuir para o envelhecimento acelerado do cérebro", revelou Abigail Dove, investigadora do Departamento de Neurobiologia.
"Como o sono é modificável pode ser possível prevenir o envelhecimento cerebral acelerado e, talvez, até mesmo o declínio cognitivo através de um sono mais saudável", acrescenta.
Os resultados da pesquisa apontam que a diferença entre a idade cerebral e a idade cronológica "aumentou em cerca de seis meses para cada redução de 1 ponto na pontuação de sono saudável".
"Pessoas que dormiam mal tinham cérebros que correspondiam, em média, um ano a mais do que a sua idade real", acrescentou Abigail.
O estudo acompanhou 27.500 pessoas de meia-idade e mais velhas do UK Biobank. Foram analisadas ressonâncias magnéticas (RM) do cérebro dos participantes. Os investigadores conseguiram estimar a idade biológica dos participantes baseando-se em mais de mil conjuntos de características.
Os participantes receberam uma pontuação avaliada a partir de cinco critérios:
1. Duração de sestas;
2. Insónias;
3. Ressono;
4. Sonolência durante o dia;
5. Se os participantes se descreviam como pessoas diurnos ou noturnas
Segundo o estudo, ficou comprovado que a má qualidade do sono contribuiu, igualmente, para o aumento de risco de demência.
Falta de sono faz mal, mas excesso também não ajuda
Se a falta de sono faz mal, o excesso de horas a dormir também não se aconselha.
Num estudo recente, investigadores reviram os resultados de 79 outros estudos que acompanharam pessoas durante pelo menos um ano e mediram como a duração do sono afeta o risco de problemas de saúde ou morte para ver se havia uma tendência geral.
Foi descoberto que pessoas que dormiam por períodos curtos - menos de sete horas por noite - tinham um risco 14% maior de morrer no período do estudo, em comparação com aquelas que dormiam entre sete a oito horas. Isto não é surpreendente, considerando os riscos para a saúde comprovados da má qualidade do sono.
No entanto, os investigadores também descobriram que aqueles que dormiam muito - o que eles definiram como mais de nove horas por noite - tinham um risco maior de morrer: 34% maior do que as pessoas que dormiam entre sete a oito horas.