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Entenda como as redes sociais podem estar a alterar o seu humor

Um estudo conduzido pela Universidade Católica de Lisboa revela que a pressão social acentuada pelas redes sociais é "silenciosa, mas altamente eficaz" e reflete-se em sinais de ansiedade, insegurança e cansaço identitário.

Entenda como as redes sociais podem estar a alterar o seu humor

© Shutterstock

Inês Monteiro
03/10/2025 15:40 ‧ há 16 horas por Inês Monteiro

Lifestyle

Redes Sociais

Fruto de tendências e contextos sociais, as redes sociais impõem-nos determinados comportamentos, peças de roupa, objetos 'trendy' que todos têm e necessidades que, no fundo, são pouco necessárias, como o caso, por exemplo, dos peluches 'labubu'.

 

Um estudo conduzido pela Behavior Insights Unit da Católica Lisbon School of Business & Economics revela uma tensão crescente entre autenticidade e aceitação social.

A análise qualitativa, a partir de 50 entrevistas em profundidade com participantes de diferentes faixas etárias, permitiu identificar padrões comuns de comportamento e discurso. A maioria dos participantes sente-se forçada a ajustar ou a esconder traços da sua personalidade para se adaptar aos contextos sociais — em particular nas redes sociais, no local de trabalho, na escola e até em ambiente familiar.

A Equipa de investigadores da Behavior Insights Unit da Católica de Lisboa adianta que "tanto adultos como crianças estão expostos a um tipo de pressão muito silenciosa, mas altamente eficaz: a de parecerem certos, aceitáveis, encaixados". Explicam este fenómeno pela pressão imposta pelas redes sociais, através de "padrões implícitos de comportamento, imagem e sucesso, que vão sendo interiorizados de forma quase automática".

A longo prazo, os investigadores detetam este comportamento como uma tendência para a "eliminação da espontaneidade e da autenticidade" e associam a "consequências emocionais sérias, como ansiedade, insegurança ou cansaço identitário".

Estas situações são identificadas pelos especialistas da investigação, maioritariamente em momentos como regresso à rotina, ao trabalho e à escola. Para os entrevistados estas aparições sociais exigem a necessidade de "voltar a esconder o feitio", de modo a não gerar conflito ou para facilitar a aceitação

A esmagadora maioria dos participantes considera que todas as pessoas têm feitio, mas tende a coincidir com a linha do “defeito”, que é este conceito interpretado como algo mais negativo. Muitos referem ainda que certos traços, como teimosia, frontalidade, sensibilidade ou timidez são vistos como defeito num contexto e como valor noutro.

Ser frontal pode ser lido como sinceridade ou como agressividade. Ser reservado pode ser visto como timidez ou como discrição. O que o estudo nos mostra é que estamos sempre a negociar os nossos traços com os contextos à nossa volta

A par da espontaneidade e da vontade de se deixar de fazer ou dizer algo com medo de ser julgado e, que retrai a esmagadora maioria, os traços como teimosia, impaciência ou rabugice, são associados pelos participantes, a pessoas queridas, próximas, e até com algum carinho.  Afinal, o “mau feitio” é valorizado por muitos como sinal de autenticidade.

A investigação baseada numa análise comportamental e psicológica, da forma como os portugueses vivem e ajustam a sua identidade em diferentes contextos sociais, tentou perceber como estes lidam com a sua autenticidade "num mundo cada vez mais normativo".

"Ser frontal pode ser lido como sinceridade ou como agressividade. Ser reservado pode ser visto como timidez ou como discrição. O que o estudo nos mostra é que estamos sempre a negociar os nossos traços com os contextos à nossa volta", refere a equipa de investigadores da Behavior Insights Unit da Católica-Lisbon.

A investigação foi promovida com o apoio da marca Limiano, no âmbito da campanha “Feito de Feitio”.

Leia Também: Instagram: "Não usamos os microfones dos telemóveis para vos espiar"

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