Recentemente, o ator Tom Holland revelou que foi diagnosticado com PHDA, que se trata de uma perturbação de hiperatividade e défice de atenção.
Como nos explicou anteriormente a psicóloga Cátia Silva, "é uma condição crónica do neurodesenvolvimento que afeta a capacidade de manter o foco, regular impulsos e gerir a hiperatividade". Além disso, acrescentou que "pode persistir ao longo da vida, impactando não só a infância, mas também a idade adulta, podendo interferir no desempenho profissional, nas relações interpessoais e na rotina diária".
De acordo com o site Verywell Mind, geralmente esta condição é diagnosticada pela primeira vez na infância, embora os diagnósticos em adultos tenham aumentado nos últimos anos.
Brincar tem sido uma ferramenta usada como terapia da PHD. Psiquiatras e psicólogos infantis acreditam há muito tempo que a brincadeira pode ser usada para que as crianças se conectem, aprendam, tenham segurança, acalmem a ansiedade e, quem sabe, melhorem a autoestima, relata a ADDitude. Aliás, quando somos muito pequenos não conseguimos expressar o que sentimos e é muitas vezes por meio de brincadeira que os terapeutas chegam, de uma forma indireta, até às crianças.
"As crianças comunicam-se metaforicamente através de brincadeiras. Como ferramenta terapêutica, é como dar um comprimido doce em vez de um amargo", explica a psicóloga infantil Dra. Carol Brady à revista ADDitude.
"Crianças com PHDA ouvem muitos 'nãos', 'cuidado' e 'não faças isso'", destaca Lawrence J. Cohen, autor de 'Playful Parenting'. "Ouvir constantemente 'nãos' ou ter que se conter sobrecarrega as crianças. Isso faz com que os seus sintomas piorem", acrescenta.
"Nenhuma criança, com ou sem PHDA, chega perto de mim e diz o que pensa. Se não permitirmos que as crianças estabeleçam essa conexão através de brincadeiras, elas conectam-se de uma forma irritante e intrusiva, e entramos em modo de punição", argumenta.
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Ainda de acordo com a psicóloga Cátia Silva, a PHDA pode apresentar-se de diferentes maneiras, como nas "dificuldades em manter a concentração, seguir instruções e concluir tarefas". Pode também "envolver inquietação, dificuldade em permanecer parado e impulsividade na tomada de decisões". E, diz, "engloba tanto sintomas de desatenção como de hiperatividade e impulsividade".
Na vida adulta, quais os sinais a que deve estar atento?
Dificuldade em manter o foco: tarefas longas ou que exigem atenção contínua tornam-se desafiantes, levando à distração frequente;
Desorganização e procrastinação: sensação constante de caos na rotina, dificuldade em estabelecer prioridades e tendência a adiar tarefas importantes;
Impulsividade: decisões precipitadas, interrupção de conversas e dificuldade em controlar reações emocionais;
Inquietação e impaciência: sensação de precisar estar sempre em movimento, dificuldade em relaxar ou em lidar com períodos de espera;
Esquecimento frequente: falta de memória para compromissos, prazos e detalhes do quotidiano, mesmo que importantes;
Gestão do stress dificultada: situações de pressão podem intensificar os sintomas, levando a um maior desgaste emocional.
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