O governo do Reino Unido anunciou esta terça-feira, 2 de setembro, uma proposta que pretende proibir a venda de bebidas energéticas a menores de 16 anos. Explicam que em causa estão os impactos negativos desta medida para os mais jovens, quer na saúde física e mental.
Na nota publicada no 'website' do governo, apontam que a prevenção contra a obesidade é uma das principais causas. Revelam que a medida pode ajudar a prevenir 40 mil casos de obesidade infantil explicam que cerca de 100 mil crianças consomem pelo menos uma das bebidas por dia. A dificuldade de concentração, a redução do desempenho e distúrbios do sono são outros dos problemas mencionados.
O plano do Reino Unido contra as bebidas energéticas
A proposta pretende assim tornar ilegal a venda de bebidas energéticas com alto teor de caféina, com mais de 150 mg por litro, a menores de 16 anos. Assim, supermercados, lojas e restaurantes terão de pedir identificação para vender estas bebidas. Fora da proibição estão os refrigerantes com baixo teor de cafeína. A proposta ainda estará em consulta durante 12 semanas junto de especialistas em saúde, autoridades fiscais e profissionais da educação antes de ser aprovada.
“Como podemos esperar que as crianças tenham bom desempenho na escola se ingerem o equivalente a quatro latas de refrigerante diariamente?”, começou por dizer o secretário de Saúde e Assistência Social, Wes Streeting.
"As bebidas energéticas podem parecer inofensivas, mas o sono, a concentração e o bem-estar das crianças de hoje estão sendo afetados, enquanto versões com alto teor de açúcar danificam os dentes e contribuem para a obesidade", continua. Explica que esta proibição irá contribuir para criar gerações futuras mais saudáveis.
Os riscos das bebidas energéticas para os menores
A recomendação por parte da American Academy of Pediatrics é de que crianças entre os 12 e os 18 anos não consumam mais do que 100 mg de cafeína por dia, valor que equivale a uma chávena de café.
"A cafeína desempenha um papel prejudicial à saúde na dieta de muitas crianças e adolescentes. Bebidas energéticas são vendidas como suplementos nutricionais, portanto, não são regulamentadas como alimentos. Como resultado, os seus rótulos muitas vezes não revelam a quantidade exata de cafeína em cada bebida", começou por explicar a médica Suzan Mazor ao Seattle Children’s.
Tremores nas mãos, dores de estômago, dores de cabeça e nervosismo são alguns dos efeitos diretos que estão associados ao consumo deste tipo de bebidas.
“As bebidas energéticas também podem causar ritmos cardíacos irregulares e outras alterações no ritmo cardíaco que podem ser fatais. Pessoas com doenças cardíacas ou pressão alta correm risco adicional. A questão principal é que crianças e adolescentes nunca devem consumir bebidas energéticas.”
Uma mãe de uma criança de 6 anos revelou a sua experiência na nota que o governo do Reino Unido partilhou. "Nas escolas, testemunhei ataques de pânico, ansiedade e falta de concentração, muitas vezes depois dos alunos terem consumido várias latas em vez do pequeno-almoço."
“Não há dúvida de que as bebidas energéticas impactam negativamente a saúde, o comportamento e a aprendizagem das crianças, além de contribuir para problemas de longo prazo, como a obesidade”, continua Charlotte Harrison, consultora de proteção infantil.
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