Mulheres que tiveram gravidezes complicadas podem ter mais chances de sofrer um AVC precoce, revela um estudo, citado pelo Daily Mail.
Apesar de complicações de alto risco durante a gravidez serem relativamente incomuns - no Reino Unido afetam até 10% das mulheres -, as mulheres que são afetadas podem ter mais chances de sofrer um AVC antes dos 50 anos de idade.
Investigadores nos Países Baixos examinaram uma amostra de mais de 1000 mulheres entre os 18 e os 49 anos, que já tinham estado grávidas pelo menos uma vez.
Leia Também: Atenção! Este perigo noturno (oculto) pode levar a doenças cardíacas
Foi analisada a frequência com que certas complicações na gravidez ocorreram nas mulheres que tiveram acidentes vasculares cerebrais.
Estas incluíam pré-eclâmpsia (hipertensão arterial durante a gravidez), parto prematuro antes das 37 semanas, bebés com peso abaixo do normal para a idade gestacional, diabetes gestacional, aborto espontâneo e natimorto.
Descobriu-se que as mulheres que tiveram um AVC tinham duas vezes mais probabilidades de ter passado por pelo menos uma complicação na gravidez, enquanto aquelas que já tinham tido um natimorto apresentavam o maior risco de AVC, estimado em cinco vezes mais.
Complicações como pré-eclâmpsia e parto prematuro foram associadas a acidentes vasculares cerebrais relacionados com doenças das grandes artérias - frequentemente causadas por uma acumulação de depósitos de gordura.
"Os médicos devem perguntar sobre o histórico de gravidez ao avaliar o risco de acidente vascular cerebral", refere Frank-Erik de Leeuw, professor de doenças cerebrovasculares na Universidade Radboud e autor principal do estudo.
"O nosso estudo sugere que talvez seja necessário começar a pensar na prevenção cardiovascular mais cedo na vida, e não apenas após a menopausa. Estudos futuros devem investigar os efeitos da modificação do estilo de vida com o objetivo de reduzir o risco cardiovascular em mulheres com complicações na gravidez."
Outros estudos já tinham mostrado que a gravidez em si pode aumentar o risco de acidente vascular cerebral numa mulher, aumentando o volume sanguíneo, alterando os fatores de coagulação do sangue e alterando a elasticidade dos vasos sanguíneos - com o risco mais elevado a ocorrer nas seis semanas após o parto.
Leia Também: Vai ser possível prever o risco de mortalidade em doentes com AVC