Estudo associa poluição atmosférica a risco de hemorragias cerebrais

Um estudo recente realizado em Utah, e publicado no npj Clean Air, uma região conhecida pela má qualidade do ar, encontrou uma possível ligação entre a poluição atmosférica e o risco de hemorragias cerebrais.

poluição atmosférica

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Mariana Moniz
04/08/2025 21:37 ‧ há 2 horas por Mariana Moniz

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Poluição atmosférica

Um pequeno estudo retrospetivo elaborado numa parte de Utah, conhecido pela má qualidade do ar, rastreou os níveis de exposição à poluição em pacientes hospitalizados por hemorragias cerebrais, encontrando uma possível ligação. O estudo foi publicado no npj Clean Air.

 

"Descobrimos que estes pacientes apresentavam taxas mais altas de rutura aneurismática entre três a seis meses após os picos nos níveis de poluição do ar", explicou o neurocirurgião Robert Rennert, da Universidade de Utah, citado pelo Science Alert.

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Poluentes transportados pelo ar, incluindo ozono, dióxido de nitrogénio, dióxido de enxofre, monóxido de carbono e partículas menores que 2,5 micrómetros (PM2,5), são conhecidos por prejudicar a nossa saúde, causando inflamação em todo o corpo.

Estima-se que elas causem cerca de 8 milhões de mortes por ano e, atualmente, não há quase nenhum lugar na Terra com ar livre dessas substâncias.

A Wasatch Front - uma região metropolitana no norte de Utah, ladeada por montanhas e pelo Lago Utah - tem uma reputação particularmente má por concentrar poluentes atmosféricos. Assim, Rennert e a sua equipa recolheram dados sobre os cinco anos anteriores de exposição ambiental na região, referentes a 70 pacientes tratados por hemorragia subaracnoide aneurismática.

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Tendo em conta as mudanças de estação, temperatura e pressão barométrica, houve um aumento estatisticamente significativo nas hemorragias cerebrais meses após a exposição aos níveis mais altos de PM2,5.

Embora o estudo não comprove que a ligação seja causal, os investigadores suspeitam que a exposição prolongada a esses poluentes pode estar a criar diversos problemas de saúde que, eventualmente, aumentam o risco de hemorragias cerebrais. A poluição do ar sensibiliza os nossos corpos a cascatas de citocinas inflamatórias, acumula danos celulares e prejudica os processos de reparo do ADN.

"Este tipo de dano pode acumular-se e enfraquecer as paredes dos vasos sanguíneos nos nossos cérebros, levando eventualmente a ruturas", explicaram Rennert e equipa.

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"Estudos futuros sobre como a exposição ao PM2,5 afeta alterações inflamatórias locais ou a nível celular são necessários para definir melhor essa associação", alertou a equipa.

Sabe-se que a poluição atmosférica agrava outros riscos para a saúde. Ela torna o calor extremo ainda mais mortal e a Covid-19 mais grave.

Embora alguns países, incluindo a China, tenham feito grandes progressos na redução da poluição do ar, ela ainda está a aumentar em muitas regiões do mundo.

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"Esperamos que a nossa investigação ajude a alertar as pessoas sobre os riscos para a saúde pública causados pela poluição do ar e incentive mudanças", afirmou Rennert.

"Incentivar o uso do transportes públicos, aplicar regulamentações mais rigorosas de cotas diárias de poluição e ampliar o financiamento para estudos ambientais, ajudará a diminuir nossa exposição e trarão benefícios de longo prazo para a saúde coletiva."

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