O Instituto de Apoio à Criança (IAC) associa-se, este domingo, 1 de junho, às celebrações do Dia Mundial da Criança, sublinhando a urgência de garantir o Direito a Ser Criança - um direito tantas vezes comprometido pela falta de tempo, de espaço e de políticas adequadas.
O mais recente estudo 'Portugal a Brincar', realizado em 2024 pelo IAC, em parceria com a Estrelas & Ouriços, e a Escola Superior de Educação de Coimbra, envolveu mais de 1100 famílias e cuidadores de crianças até aos 10 anos.
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Os dados são claros:
- 52,1% das crianças brincam menos de 1 hora por dia com a família durante a semana;
- Apenas 9% têm entre 2 a 3 horas de brincadeira diária com os seus;
- A exaustão dos adultos devido à carga de trabalho é mencionada por 40,4% dos inquiridos como a principal barreira a brincarem com a criança - um número que tem vindo a crescer desde 2018;
- Metade das famílias (50%) acredita que tempo livre é o principal fator necessário para que as crianças possam brincar mais.
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Apesar de 47% dos inquiridos reconhecerem o brincar como essencial para a imaginação e criatividade e 21,5% como promotor do desenvolvimento emocional, o estudo mostra uma realidade preocupante: estamos a falhar no compromisso de garantir tempo e espaço para as crianças serem crianças.
"Neste Dia Mundial da Criança, deixamos o repto de refletir, enquanto sociedade, se estamos a dar às crianças a possibilidade de serem crianças e às famílias a possibilidade de serem famílias", afirmou Ana Lourenço, Coordenadora do Setor da Humanização e Direito a Brincar do IAC.
"Se o tempo para serem livres e brincarem é, de facto, uma realidade no dia a dia das crianças. Se as políticas de conciliação entre trabalho e família permitem, efetivamente, que as famílias acompanhem o crescimento e desenvolvimento das crianças, usufruindo deste tempo que não voltará atrás", acrescentou ainda.
O Instituto de Apoio à Criança reafirma o seu compromisso com este direito fundamental. Em 2024, o IAC interveio em 53 escolas, capacitou 108 profissionais, escutou 67 crianças em grupos focais e 481 crianças através de inquérito, envolvendo comunidades educativas em processos de cocriação de projetos que promovem o brincar.
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