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Posso doar sangue? Dói? Uma médica responde a todas as suas dúvidas

Em entrevista ao Lifestyle ao Minuto, em pleno Dia Nacional do Dador de Sangue, Maria Manuel Deveza, médica especialista em imunohemoterapia do Hospital de Santa Maria e dos Lusíadas, sublinha a importância da doação de sangue e explica quais os requisitos a preencher.

Posso doar sangue? Dói? Uma médica responde a todas as suas dúvidas
Notícias ao Minuto

13:30 - 27/03/23 por Ana Rita Rebelo

Lifestyle Entrevista

Uma só dádiva pode salvar até três vidas. O sangue doado é separado em três componentes, utilizados no tratamento de diversas patologias. Contudo, as amostras de sangue colhidas nem sempre são suficientes para dar resposta às necessidades dos hospitais.

Ressalvando que "os portugueses são genuinamente solidários e generosos" e que "respondem massivamente" aos apelos, Maria Manuel Deveza, médica especialista em imunohemoterapia dos Lusíadas e do Hospital de Santa Maria, lamenta que estes atos solidários acabem por ser "protelados até ao dia em que se tornam urgentes".

Em entrevista ao Lifestyle ao Minuto, a propósito do Dia Nacional do Dador de Sangue, que se assinala esta segunda-feira, 27 de março, a médica renova o apelo a todos os potenciais doadores. Destaca ainda que, "geralmente, sente-se uma sensação prazerosa de ter ajudado". "Os dadores referem que se sentem tão bem consigo próprios que a pergunta que mais fazem, após o término da dádiva, é: 'Quando é que posso dar sangue novamente?'."

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Porque é que as doações de sangue não são tão regulares como o desejável?

Atualmente, a vida é muito ocupada, andamos sempre a correr e a priorizar as nossas decisões e estes atos solidários muitas vezes ficam para depois e acabam por ser protelados até ao dia em que se tornam urgentes porque ouviram o apelo. Os portugueses são genuinamente solidários e generosos. Sempre que é solicitado ou feito um apelo à dadiva de sangue respondem massivamente.

Como disse, ainda que os portugueses sejam solidários em situações de crise, ainda pecam por 'correr atrás do prejuízo'.  Nesse sentido, como é que se pode mobilizar as pessoas a dar sangue para chegarmos a um ponto de estabilização das reservas?

Para esta pergunta ainda não existe resposta. Os tempos mudam, as necessidades mudam, os estilos de vida também e a promoção da dádiva deverá acompanhar e idealmente antecipar essas mudanças. A solução passa pela educação e literacia em saúde, provavelmente por mensagens subliminares diárias que nos relembrem e alertem para esta necessidade permanente.

Dar sangue não dói mais do que tirar sangue para fazer análises

A dádiva de sangue chegou a ser remunerada. Hoje, é totalmente gratuita. Diria que isso influencia? 

Não creio...

Em 2021, a orientação sexual deixa de ser um impedimento para doar sangue, depois de ter sido criado um grupo de trabalho para rever a anterior norma de 2016. Essa era uma das restrições mais polémicas na doação de sangue. Atualmente, quem está impedido de fazê-lo?

Existem critérios rigorosos para se ser dador de sangue, com o objetivo de preservar a máxima segurança quer para o dador como para o recetor. Para se doar sangue, os critérios mínimos são ter mais de 18 anos (inclusive), acima de 50 quilos e ser-se saudável.

E onde é que se pode doar sangue e obter essa informação?

Toda a informação de onde pode doar e quais o horário está acessível através do portal www.dador.pt, que é uma plataforma interativa que indica quando e onde poderá doar sangue, com base na localização do dador. Disponibiliza uma funcionalidade de definição da rota para o local da dádiva selecionado.

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Dói?

Posso dizer que dar sangue não dói mais do que tirar sangue para fazer análises. Geralmente, sente-se uma sensação prazerosa de ter ajudado. Os dadores referem que se sentem tão bem consigo próprios que a pergunta que mais fazem, após o término da dádiva, é: 'Quando é que posso dar sangue novamente?'.

Que cuidados se deve ter antes e após a dádiva de sangue?

Antes da dádiva deverá reforçar a hidratação com líquidos, como água ou chá, no dia anterior e no da dádiva, evitar longos períodos de exposição solar e fazer uma refeição ligeira antes da dádiva. Após a dádiva, deverá manter a hidratação, evitar períodos longos de exposição solar e o exercício físico no próprio dia da doação.

O que é que acontece ao sangue doado?

A unidade de sangue total que é doada será analisada, e separada nos diferentes componentes sanguíneos que, no mínimo, são três: concentrado de eritrócitos (glóbulos vermelhos), plasma e plaquetas. O que faz com que uma só dádiva possa ajudar até três pessoas.

Todos podem ser candidatos a dadores de sangue, desde que tomem essa decisão, se sintam com saúde e tenham hábitos de vida saudável

O sangue dura para sempre?

Infelizmente não. Esse é também um problema das grandes afluências aos apelos, porque pode produzir excesso de dádivas de sangue num tempo curto, com o risco de não serem todas utilizadas em tempo útil. De facto, uma unidade de concentrado de eritrócitos tem um prazo que varia de 35 a 42 dias (cinco a seis semanas) e as plaquetas têm uma validade apenas de cinco dias. O sangue é um recurso escasso e finito.

Que mitos sobre a doação de sangue importa esclarecer?

No fundo, gostaria de ressalvar que doar sangue não dói e que quem tem tatuagens também pode fazê-lo, por exemplo. Todos podem ser candidatos a dadores de sangue, desde que tomem essa decisão, se sintam com saúde e tenham hábitos de vida saudável. Basta responder com sinceridade às perguntas que lhe forem feitas no rastreio clínico e consumir uma refeição ligeira antes da dádiva.

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