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Psoríase. Mitos em que tem (mesmo) de deixar de acreditar

"Para muitos a psoríase continua a ser uma doença desconhecida, rodeada de mitos que importa desconstruir", afirma Joana Antunes, médica dermatologista do Hospital de Santa Maria - Consulta Especializada de Psoríase, neste artigo de opinião assinado por si.

Psoríase. Mitos em que tem (mesmo) de deixar de acreditar
Notícias ao Minuto

08:27 - 03/11/22 por Notícias ao Minuto

Lifestyle Artigo de opinião

A psoríase é uma doença que se manifesta principalmente na pele. Caracteriza-se pelo aparecimento de manchas avermelhadas, arredondadas, cobertas por escama prateada. Surge, sobretudo, nos cotovelos, joelhos, couro cabeludo e região lombo-sagrada, embora possa afetar qualquer área corporal. Apesar de ser bastante comum, atingindo aproximadamente 250 mil portugueses, para muitos a psoríase continua a ser uma doença desconhecida, rodeada de mitos que importa desconstruir.

A psoríase é contagiosa?

Não obstante todo o trabalho promovido para educar a população acerca da psoríase, ainda é frequente a ideia de que o contacto com lesões de Psoríase poderá causar transmissão da doença, contribuindo assim para a estigmatização e isolamento destes doentes. A psoríase não é contagiosa! Deve-se a alterações no sistema imunitário e resulta habitualmente de uma combinação entre predisposição genética (cerca de 30% dos doentes têm familiares com Psoríase) e fatores desencadeantes/agravantes ambientais ou externos.

Notícias ao Minuto Joana Antunes© DR

A psoríase é apenas um problema estético da pele

A doença psoriática, apesar de ser mais evidente a nível da pele, pode também afetar outros órgãos, nomeadamente as articulações (estima-se que 1/3 dos doentes desenvolve artrite psoriática). Adicionalmente, as lesões cutâneas causam frequentemente dor, ardor, desconforto ou prurido, prejudicando a qualidade de vida destes doentes. No caso da artrite psoriática, poderá mesmo condicionar incapacidade física permanente.

Os doentes com psoríase têm ainda risco aumentado de obesidade, colesterol elevado, hipertensão arterial, diabetes e doença psiquiátrica, relativamente à população em geral, o que poderá contribuir para uma diminuição global da esperança média de vida.  

A psoríase só é grave quando envolve grande superfície corporal

Não existe correlação direta entre a gravidade ou extensão da Psoríase, e o impacto que a doença pode ter na qualidade de vida de um determinado indivíduo. Usualmente, considera-se Psoríase mais grave aquela que atinge maior área de superfície cutânea. No entanto, quando a Psoríase se manifesta em áreas de pele visível, como é o caso da face, mãos ou unhas, poderá ter um impacto desproporcional no bem-estar físico e emocional dos doentes. O mesmo se verifica quando a Psoríase surge nos órgãos genitais, ou quando afeta as articulações.

A psoríase tem cura

À luz da ciência catual, a psoríase ainda não tem cura. É uma patologia crónica, de evolução imprevisível, que pode alternar períodos de maior ou menor atividade de doença. No entanto, o conhecimento cada vez mais aprofundado da psoríase possibilitou o desenvolvimento de fármacos extremamente eficazes e seguros, os chamados 'medicamentos biológicos' que permitem, em muitos casos, uma remissão praticamente completa das lesões.

Os tratamentos da psoríase são 'chatos'

Tradicionalmente, a psoríase tratava-se com produtos desagradáveis do ponto de vista cosmético e de cheiro, de aplicação laboriosa, e ainda com radiação ultravioleta, aos quais os doentes pouco aderiam. Felizmente, surgiram entretanto novos tópicos, nomeadamente sob a forma de gel ou espuma, mais eficazes, de utilização mais agradável, e com menos efeitos adversos, que facilitam a adesão ao tratamento. Existem também tratamentos por via oral e via injetável que poderão ser prescritos pelo dermatologista, de acordo com as características específicas do doente.

Os fármacos biológicos são 'naturais'

O desenvolvimento dos agentes biológicos revolucionou o tratamento da psoríase. São fármacos desenvolvidos através de engenharia genética, que bloqueiam etapas específicas da patogénese da psoríase. Desta forma, consegue-se alcançar eficácia máxima e reduzir os potenciais efeitos secundários dos tratamentos. São prescritos em consultas especializadas de dermatologia, em função do tipo de psoríase, presença de doenças associadas ou particularidades do utente.      

*Artigo de opinião assinado por  Joana Antunes, médica dermatologista do Hospital de Santa Maria - Consulta Especializada de Psoríase     

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