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One Ocean Away. A família que largou tudo para dar a volta ao mundo

Conheça a história de Eric, Mariana e Alice.

One Ocean Away. A família que largou tudo para dar a volta ao mundo
Notícias ao Minuto

07:00 - 17/05/22 por Ana Rita Rebelo

Lifestyle Entrevista

Eric Correia, de 30 anos, e Mariana Amoroso, de 26, sempre tiveram o sonho de percorrer o mundo de lés a lés. Conheceram-se no bar onde ele trabalhava, quando ela era assistente de bordo. As viagens juntaram-nos e, duas semanas depois, estavam a embarcar para a primeira viagem em casal.

Agora, após vários confinamentos e do nascimento de Alice – a filha de quase dois anos – decidiram que não podiam adiar mais este plano. Em abril, partiram para o Brasil. Segue-se o Sudeste Asiático. O casal deixou a casa e os empregos para explorar cada recanto do mundo e irá relatar esta aventura no Instagram (@oneoceanwaay), como conta Mariana ao Lifestyle ao Minuto.

Em seis meses percorremos cerca de 10 países

Como é que a vossa história começou?

Conheci o Eric em 2018, no bar onde ele trabalhava. Desastrada como sou, entornei um bule inteiro de chá na mesa. Como se essa introdução não fosse suficiente, quando fui pagar deixei cair todas as moedas que tinha na carteira. No final, quando já só queria ir embora, porque claramente não era o meu dia, o Eric chamou-me. Julguei que me tivesse esquecido de alguma coisa, mas ele estava todo envergonhado, disse que era muito bonita e pediu-me o número de telefone. Foi assim que tudo começou.

Antes de se conhecerem, já viajavam com frequência? 

Sempre viajei muito com a minha família. Depois fui trabalhar como assistente de bordo, o me permitiu conhecer vários lugares. Já o Eric, a primeira viagem que fez foi mesmo do Brasil para Lisboa. Ele tinha imensa vontade de conhecer o mundo. E desde que nos conhecemos este sempre foi um interesse em comum. Duas semanas depois de nos conhecermos fizemos a nossa primeira viagem juntos. 

E quando é que decidiram criar o Instagram de viagens?

Criámos o 'One Ocean Away' em 2018, poucos meses depois de nos conhecermos. Como começámos a viajar bastante no inicio do nosso relacionamento e sempre nos divertirmos imenso a tirar as nossas fotografias com o tripé e temporizador, acabámos por decidir que seria giro partilhar isso mesmo numa conta mais focada para viagens em casal. O nome da é uma referência ao facto de termos nascido e vivido a maior parte das nossas vidas a um oceano de distância um do outro.

Notícias ao Minuto Mariana, Alice e Eric© One Ocean Away  

Qual foi a primeira viagem que fizeram?

Começámos por explorar Portugal, mas o nosso primeiro destino internacional juntos foi Berlim. Foi uma viagem incrível. Aliás, correu tão bem que em seis meses percorremos cerca de 10 países.

No total, já fizeram quantas viagens em família?

Desde que a Alice nasceu já fizemos cerca de seis viagens em família. Começámos quando ela tinha um ano.

Que histórias recordam?

Em Berlim, onde demos início ao projeto 'One Ocean Away', estávamos super empenhados em tirar boas fotografias. A meio da tarde, no Checkpoint Charlie, um lugar muito turístico, montei o tripé, coloquei o temporizador e, do nada, surge um 'mar' de turistas. O meu primeiro instinto foi gritar 'stop' [que significa 'parem', em português]. Só que gritei de tal forma que as pessoas ficaram em modo estátua atrás do tripé. Lá conseguimos a fotografia perfeita, mas morremos de vergonha.

E qual foi a pior experiência?

Tínhamos uma viagem planeada para Nova Iorque com escala em Madrid. Estávamos muito entusiasmados, porque é dos meus destinos favoritos e o Eric tinha o sonho de visitar os Estados Unidos. Mas quando chegámos a Madrid andámos imenso tempo no aeroporto à procura de algum painel que anunciasse o nosso voo, até que desistimos e fomos diretamente ao balcão da companhia aérea em questão. Foi então que  descobrimos que o voo não existia. Foi muito stressante! Passámos horas a tentar contactar a agência que nos vendeu o voo. Só conseguimos um voo no dia seguinte, mas acabámos por fazer um visita rápida a Madrid.

Demorámos cerca de um ano a juntar o valor necessário para esta viagem, com alguns sacrifícios pelo meio

Como é que é feito o planeamento das viagens?

Quando temos o destino decidido e as datas marcadas, começamos por fazer uma lista com todos os lugares que queremos visitar. Fazemos alguma pesquisa sobre o que há para fazer e ver, tiramos ideias de blogues de viagens que tenham roteiros, anotamos alguns restaurantes e pedimos dicas nos Instastories do Instagram. E, como a parte de criar conteúdo para as redes sociais também faz parte do nosso dia a dia nas viagens, também pesquisamos os lugares mais 'instagramáveis' de cada destino. Depois, vemos as localizações exatas, as distâncias, os horários de funcionamento e, tendo em conta todos estes fatores, tentamos planear os dias. 

Como conseguem financiar estas aventuras?

Quando decidimos que íamos começar a planear esta aventura, por exemplo, estipulámos um valor e poupamos até termos uma almofada financeira que nos permitisse estar fora durante o tempo que desejássemos e viajar para os lugares que queremos. Demorámos cerca de um ano a juntar o valor necessário para esta viagem, com alguns sacrifícios pelo meio. 

Partiram de viagem no dia 14 de abril. Quais os destinos por onde vão passar? 

Começámos no Brasil, mais especificamente em Vitória - Espírito Santo, onde o Eric nasceu. Não podíamos deixar de apresentar a família do Brasil à Alice antes de irmos a qualquer outro lugar. Depois disso fomos para Amesterdão e seguimos caminho para Bali, onde planeamos ficar mais tempo. A partir daí, aproveitar para conhecer o Sudeste Asiático.

Quais são as viagens que estão na vossa 'bucket list'?

São tantas! Mas a principal é Bali. Temos imensa curiosidade sobre o Sudeste Asiático em geral. Também adorávamos ir ao Japão, Nova Zelândia e Austrália.

Têm data de regresso?

Por enquanto não e consideramos que essa é a beleza desta aventura. Vamos vendo como corre, sem pressão.

Somos pais muito tranquilos e com uma mente aberta. Sabemos que não existem rotinas durante as viagens e isso significa que a Alice não vai ter um lugar sempre certo para dormir

Como é viajar com uma bebé?

Tem sido a melhor experiência das nossas vidas. Quando nos propusemos a esta aventura em família foi com o objetivo de fugir das rotinas ditas normais, em que a criança vai para a escola e os pais vão trabalhar. Fizemos isto para criar memórias juntos e para proporcionar experiências únicas de aprendizagem à Alice, que ela não iria encontrar numa escola. Queremos que ela conheça novos lugares, pessoas e culturas. Apesar de ser muito pequenina, queremos que esta experiência a molde de forma positiva. E sentimo-nos muito realizados com esta escolha.

Mas há desafios...

Viajar com uma filha tão pequena acarreta grandes responsabilidades, mas somos pais muito tranquilos e com uma mente aberta. Sabemos que não existem rotinas durante as viagens e isso significa que a Alice não vai ter um lugar sempre certo para dormir. Tanto pode dormir no colo, como no carro, no carrinho, no avião... Também vai comer um pouco de tudo, vamos trocar fraldas nos lugares mais inesperados, e está tudo bem com isso. Mas claro que nem sempre as coisas correm bem e temos sempre de ter algum jogo de cintura. Por isso, tentamos sempre antecipar alguma situação menos boa, sem sermos demasiado restritivos. É tudo uma questão de equilíbrio.

Acaba por não ser apenas uma viagem no sentido literal, mas também uma jornada de autoconhecimento

Quais os truques de viagem que gostariam que alguém vos tivessem contado?

Que não é preciso andar com a casa às costas! Aprender a viver com menos coisas é fundamental para uma viagem confortável. Na primeira viagem que fizemos com a Alice levámos tantas malas, tanta tralha... Éramos dois adultos com um carrinho de bebé e seis malas pelo aeroporto fora. Não foi fácil e rapidamente percebemos que tínhamos de mudar nesse aspeto.

Que dicas dão a quem pretende embarcar numa experiência destas?

Que o façam! A vida é tão curta... Temos de a aproveitar ao máximo. Nada de pensar muito naquilo que os outros vão dizer ou pensar, nem no que pode dar errado. É uma experiência incrível, seja para fazer sozinho, em casal ou em família. Acreditem que vão voltar com memórias maravilhosas, aprender imenso sobre outras culturas e principalmente sobre vocês mesmos. Acaba por não ser apenas uma viagem no sentido literal, mas também uma jornada de autoconhecimento. Saímos muito da nossa zona de conforto e testamos a nossa capacidade de lidar com o desconhecido.

Leia Também: The Guardian. Cinco praias portuguesas entre "as 40 melhores da Europa"

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