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Há relação entre o que comemos e as enxaquecas? Nutricionista explica

Susana Barros, nutricionista da SYNLAB Portugal, assina este artigo de opinião partilhado com o Lifestyle ao Minuto.

Há relação entre o que comemos e as enxaquecas? Nutricionista explica
Notícias ao Minuto

15:00 - 11/05/22 por Notícias ao Minuto

Lifestyle Artigo de opinião

Quem nunca sentiu uma dor de cabeça intensa e repentina ao longo da vida? Comecemos, em primeiro lugar, por diferenciar o conceito de 'dor de cabeça' e enxaqueca. A cefaleia, normalmente designada por dor de cabeça, é uma situação clínica muito frequente. Pode ser um sintoma isolado, ou pode estar integrada numa síndrome mais ou menos complexa. Já a enxaqueca é um subtipo de dor de cabeça, sendo uma das suas formas clínicas mais comuns. Isto significa que a enxaqueca é uma dor de cabeça, mas uma dor de cabeça nem sempre é uma enxaqueca.

Desde uma crise pontual a uma crise crónica (quando ocorre em 15 ou mais dias por mês durante mais de 3 meses), a enxaqueca é uma realidade bem presente na população atual. Caracteriza-se por uma dor latejante, geralmente unilateral (mas que pode ser variável na sua localização), de intensidade moderada a severa, e que dura habitualmente entre quatro a 72 horas. A dor agrava com a atividade física e alivia com o repouso. Surge, muitas vezes, associada à sensibilidade à luz, sons e certos odores, náuseas e/ou vómitos. 

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É uma condição clínica altamente prevalente em Portugal e em todo o mundo, estimando-se que1 em cada 10 pessoas sofra - ou já tenha tido - uma crise de enxaquecas. É mais frequente em mulheres com idades compreendidas entre os 25 e os 45 anos, mas pode instalar-se também na infância e pessoas mais velhas.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, as enxaquecas surgem como uma das causas mais comuns de incapacidade (redução de anos vividos com qualidade): durante uma crise de enxaqueca, 90% das pessoas são obrigadas a adiar as suas tarefas domésticas, três quartos ficam incapacitadas para trabalhar durante um determinado período de tempo, e metade perde um dia completo de trabalho.

É uma patologia frequentemente desvalorizada e subdiagnosticada, mas que tem efetivamente um grande impacto a vários níveis: representa um grande problema de saúde pública visto que influencia a qualidade de vida do indivíduo e, pelo facto de atingir as pessoas em idade produtiva, implica grandes custos económicos, sociais e familiares.

A origem da enxaqueca é uma combinação de fatores genéticos e ambientais. Nestes últimos, incluem-se fatores psicológicos como o stress e a ansiedade, maus hábitos de sono, desidratação, fatores hormonais (menstruação ou ovulação), toma de alguns medicamentos, 'jet lag', alterações ambientais bruscas, jejum prolongado e a alimentação (consumo de alimentos ricos em histamina, por exemplo).

Um dos pilares centrais no tratamento de pessoas com enxaqueca é precisamente identificar e evitar os fatores desencadeantes, o que pode constituir um desafio quer para o doente quer para o profissional de saúde que o segue. Por um lado, os fatores desencadeantes não são os mesmos para todos os doentes com enxaqueca, e estes podem também mudar ao longo da vida. E, por outro lado, a própria crise pode ser desencadeada por um ou vários fatores.

Relação entre a alimentação e a enxaqueca

Vários estudos científicos comprovaram a relação da alimentação com as enxaquecas, principalmente no que diz respeito à concentração de histamina que, quando se encontra em excesso, pode potenciar esses efeitos.

A histamina é uma amina com ampla distribuição nos tecidos do corpo humano, e uma molécula mediadora de vários processos biológicos essenciais à vida. Pode ser produzida pelo organismo (histamina endógena) ou obtida através dos alimentos (histamina exógena). A histamina encontra-se fundamentalmente nos alimentos que sofrem fermentação (queijos maturados, vinho, derivados da soja, pickles, chucrute, etcétera), alimentos que sofreram proteólise durante o processamento ou devido ao armazenamento (peixes em conserva como o atum, as sardinhas), chocolate, enchidos e frutos oleaginosos. Os citrinos contêm quantidades baixas de histamina, mas conseguem interagir com os mastócitos, fazendo com que estes libertem o seu conteúdo de histamina.

A capacidade para metabolizar e eliminar esta molécula varia de pessoa para pessoa, sendo determinada fundamentalmente pela atividade da enzima diaminooxidase (DAO) encontrada no intestino. Quando existe uma atividade normal da DAO, a histamina ingerida é degradada rapidamente no intestino delgado. Pelo contrário, quando as concentrações desta enzima são baixas, a histamina ingerida passa para a corrente sanguínea, acumulando-se em diferentes zonas anatómicas até provocar o aparecimento de enxaquecas ou de outros sintomas clínicos. A origem da enxaqueca não está no alimento em si, mas sim no défice da enzima DAO.

Para ajudar a identificar a causa das enxaquecas, a SYNLAB acaba de lançar o MIGRATEST, um teste laboratorial inovador que avalia a atividade da enzima DAO, uma causa muito frequente das enxaquecas. O teste é realizado através de uma simples amostra de sangue, em jejum de oito horas. O resultado é disponibilizado em 10 dias, e pode ser complementado com uma consulta de interpretação do resultado com o profissional de saúde que, juntamente com o historial clínico e alimentar do utente, pode definir um plano alimentar personalizado, e outras recomendações de estilo de vida, se necessário.

Leia Também: Se tem enxaquecas que não passam, este artigo é para si

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