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Nove principais dúvidas sobre pacemakers, médica explica

Tudo o que tem de saber sobre o dispositivo médico.

Nove principais dúvidas sobre pacemakers, médica explica
Notícias ao Minuto

08:08 - 12/06/21 por Notícias ao Minuto

Lifestyle Semana Mundial do Ritmo Cardíaco

"O pacemaker verifica continuamente o ritmo cardíaco intrínseco. Se detetar alguma falha ou ritmo cardíaco excessivamente lento ele imediatamente emite impulsos elétricos que asseguram uma frequência cardíaca normal e adequada. É possível programar o pacemaker de forma a responder da melhor maneira às necessidades de cada doente", explica Sofia Sequeira de Almeida, Cardiologista no Hospital CUF Tejo, no artigo de opinião, em formato de pergunta/resposta que se segue. 

1 - O que é um pacemaker?

O pacemaker é um pequeno dispositivo utilizado para o tratamento de perturbações do ritmo cardíaco que condicionam bradicardia (diminuição dos batimentos cardíacos) excessiva  ou pausas prolongadas da atividade elétrica cardíaca. 

Estas situações clínicas podem ser potencialmente graves, com risco de vida, condicionando sintomas como cansaço extremo, desmaio ou perda de consciência súbita. O pacemaker é constituído por um gerador (bateria) implantado sob a pele na região torácica superior, e elétrodos que conectam o gerador ao coração através de vasos sanguíneos.

2 - Como funciona o pacemaker?

O pacemaker verifica continuamente o ritmo cardíaco intrínseco. Se detetar alguma falha ou ritmo cardíaco excessivamente lento ele imediatamente emite impulsos elétricos que asseguram uma frequência cardíaca normal e adequada. É possível programar o pacemaker de forma a responder da melhor maneira às necessidades de cada doente.

3 - Como é feita a implantação? Que cuidados devo ter depois do procedimento?

A intervenção consiste numa pequena cirurgia com duração aproximada de 1 hora e não requer anestesia geral. Sob anestesia local, o médico faz uma incisão na pele poucos centímetros abaixo da clavícula, habitualmente do lado esquerdo. Através de um acesso vascular, a extremidade distal dos elétrodos é posicionada no interior do coração, em contacto direto com o músculo cardíaco. A outra extremidade é, posteriormente, conectada ao gerador. O gerador é colocado numa pequena bolsa subcutânea na região da incisão.

Após o procedimento deve manter-se em repouso no leito, com o membro superior do lado do pacemaker imobilizado. A alta hospitalar ocorre, habitualmente, no dia seguinte. É importante que a ferida cirúrgica se mantenha limpa e seca até à cicatrização completa pelo que, após a alta hospitalar, esta deve ser vigiada por um enfermeiro.

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4 - O pacemaker condiciona as rotinas diárias?

O pacemaker não deve afetar a sua vida quotidiana. Pode ser necessário reduzir o nível de esforço e não conduzir por um curto período de tempo depois da implantação, mas, ultrapassado o primeiro mês, as atividades diárias habituais e o exercício físico podem ser retomados.

Após a intervenção, é fornecido um cartão internacional de identificação de portador de pacemaker, no qual se encontram discriminados o fabricante e modelo do dispositivo, a data do implante, o médico responsável, o hospital onde foi intervencionado e o motivo para a implantação. Este cartão de identificação deve acompanhá-lo sempre, nas suas deslocações.

5 - Quanto tempo dura a bateria?

A duração da bateria dos pacemakers mais recentes é longa, atingindo frequentemente mais de 10 anos de longevidade. As consultas especializadas de vigilância do pacemaker, agendadas de forma regular, permitem acompanhar a vida útil da bateria, impedindo que ela se esgote totalmente. Atempadamente, quando a bateria já estiver fraca, será agendada a substituição do gerador. Este é um procedimento tecnicamente mais simples do que a implantação inicial, não requerendo, habitualmente, internamento hospitalar.

6 - Posso utilizar o telemóvel com segurança? E eletrodomésticos?

A maioria dos equipamentos domésticos são seguros, desde que estejam em bom estado de funcionamento. Rádios, televisões, comandos à distância, frigoríficos, micro-ondas, computadores, geram campos eletromagnéticos de muito baixa intensidade e, por isso, não interferem com o dispositivo.

O uso de telemóvel é seguro, mas recomenda-se que utilize o ouvido do lado oposto durante as chamadas e evite transportar o telemóvel nos bolsos da camisa próximos do gerador.

7 - Posso realizar ressonância magnética?

A maioria do equipamento médico não interfere com o pacemaker, sendo segura a realização de ecografias, radiografias convencionais, TAC e mamografias. Os pacemakers mais modernos apresentam, inclusivamente, compatibilidade com a ressonância magnética, desde que sujeitos a uma programação prévia específica. Como regra, sempre que agendar algum exame médico, intervenção ou tratamento cirúrgico, deve alertar os profissionais de saúde de que é portador de pacemaker e mostrar o respetivo cartão de identificação.

8 - Posso viajar de avião?

É seguro viajar de avião. Nas deslocações a aeroportos, deve avisar a equipa de segurança de que é portador de pacemaker de forma a evitar a utilização de detetores de metais sobre o dispositivo.

9 - É necessária a vigilância em consultas de revisão?

Depois da implantação são agendadas consultas de seguimento para monitorização e vigilância do pacemaker. Para além do estado da bateria, é avaliada a integridade de todo o sistema, nomeadamente dos elétrodos. Nestas consultas é possível proceder a ajustes na programação que melhor se adequem à sua situação clínica. As consultas de seguimento devem ocorrer com uma periodicidade anual, exceto a primeira que é habitualmente realizada 1 a 2 meses após a implantação.

Nos últimos anos, graças ao avanço nas tecnologias de comunicação, assistiu-se ao desenvolvimento de sistemas de monitorização remota, que são hoje uma realidade no nosso país. Atualmente, é possível manter a vigilância do pacemaker à distância por parte da equipa médica hospitalar, sem necessidade de avaliação presencial. Para este efeito, é-lhe fornecido um transmissor que permanece em sua casa garantindo a emissão diária de informação relativa ao pacemaker. Esta tecnologia permite não só reduzir o número de deslocações e visitas hospitalares, mas também identificar precocemente problemas clínicos (arritmias, por exemplo) bem como anomalias no funcionamento do dispositivo que possam surgir.

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