Meteorologia

  • 26 ABRIL 2024
Tempo
13º
MIN 12º MÁX 17º

Os tumores curam-se? Sobreviventes do cancro: Mais vida com qualidade

"Na gestão da doença oncológica deve haver uma preocupação não só em aumentar a esperança média de vida e controlar a doença mas também em reduzir o impacto negativo que a doença e os tratamentos trazem, tentando melhorar a qualidade de vida destes doentes", explica Carlos Sottomayor, Oncologista no Hospital CUF Porto e membro do Grupo de Trabalho de Sobreviventes de Cancro da Sociedade Portuguesa de Oncologia, neste artigo de opinião partilhado com o Lifestyle ao Minuto.

Os tumores curam-se? Sobreviventes do cancro: Mais vida com qualidade
Notícias ao Minuto

08:00 - 30/05/21 por Notícias ao Minuto

Lifestyle Semana Europeia Contra o Cancro

Os cancros curam-se? Esta é uma pergunta frequente mas nem sempre com uma resposta linear.

A verdade é que as pessoas com um diagnóstico oncológico vivem cada vez mais tempo e sobrevivem à doença e ao diagnóstico por muitos e muitos anos. E muitas podem considerar-se curadas, eventualmente com algumas sequelas ou fragilidades.

Graças ao desenvolvimento progressivo e sustentado da medicina, ao diagnóstico cada vez mais precoce e aos tratamentos mais eficazes, há cada vez mais doentes oncológicos que ficam curados ou que convivem com a doença como uma doença crónica que se vai controlando – constituem a população crescente dos chamados sobreviventes do cancro- e em todos eles tem que haver um objetivo maior de otimizar a qualidade de vida tratando as sequelas psicológicas e físicas da doença e dos tratamentos. Mais do que a cura deve procurar-se mais e melhor vida.

Na gestão da doença oncológica deve haver uma preocupação não só em aumentar a esperança média de vida e controlar a doença mas também em reduzir o impacto negativo que a doença e os tratamentos trazem, tentando melhorar a qualidade de vida destes doentes.

Esta deve ser uma preocupação não só da equipa de saúde que trata o doente mas também do próprio doente e da família e cuidadores, que o devem exprimir da forma mais adequada.

Notícias ao MinutoCarlos Sottomayor© DR

Este objetivo só pode ser atingido ou melhorado com a colaboração de todos, tendo em conta o que é mais importante e valorizado pelo doente. Cada doente terá as suas metas pessoais de vida e a sua forma de as atingir e os padrões de qualidade que mais deseja e deve exprimi-los e procurá-los apesar da doença oncológica.

Nesta tarefa temos a dimensão psicológica, o ambiente profissional, o contexto familiar e social, o bem-estar financeiro e vários outros para além da parte biológica e física dos sintomas que sente e que devem ser minorados; todas estas variáveis são importantes.

Com o diagnóstico da doença e o início dos tratamentos há uma rotura com as expectativas da vida e com as rotinas habituais. O doente fica mais dependente dos cuidados de saúde, fica ansioso com o diagnóstico e prognóstico da doença, perde suporte social e familiar e fica ocupado com os tratamentos com incapacidade transitória mais ou menos importante para o trabalho e para os encargos familiares com a consequente perda económica.

O impacto pode ser maior ou menor variando muito com a situação do doente e com o tipo de doença. Todas estas perdas devem ser avaliadas e devem ser compensadas de alguma forma.

Os doentes devem ser informados de todos os benefícios sociais existentes pelo diagnóstico que procuram de alguma forma minorar o impacto financeiro da doença – isenção de taxas moderadoras, atribuição de incapacidade transitória com os consequentes benefícios fiscais, ativação de seguros de vida ou de doença grave.

O impacto psicológico deve ser tratado com o apoio de uma consulta de psico-oncologia, os problemas nutricionais podem ser minorados pelo apoio de nutricionista, as repercussões familiares têm que ser prevenidas por conferências familiares e com os cuidadores.

Claro que o próprio trabalho deve ser adaptado à nova situação e à eventual perda de disponibilidade e capacidades. Por vezes não basta uma simples baixa por doença ou pode até ser melhor alguma forma de adaptação das obrigações profissionais a negociar caso a caso com a entidade patronal no caso de se tratar de um trabalhador por conta de outrém.

O doente deve falar com o seu médico para que lhe dê todas as informações possíveis e necessárias sobre a sua doença, tratamentos e outras informações relevantes.

O acompanhamento clínico periódico é fundamental para o sobrevivente de cancro. O seu médico irá recomendar-lhe um conjunto de medidas para adotar um estilo de vida saudável e para o controlo de possíveis recidivas de cancro. O mais importante é ter uma vida mais saudável: deixar de fumar, alimentar-se de forma mais saudável e diversificada, reduzir as bebidas alcoólicas e fazer mais atividade física. E, claro, manter vigilância no seu oncologista mesmo que não tenha queixas importantes.

Voltando à pergunta inicial pode-se dizer que há muita vida para além dos tratamentos e da mera questão de curar ou não a doença.

Recomendados para si

;

Receba dicas para uma vida melhor!

Moda e Beleza, Férias, Viagens, Hotéis e Restaurantes, Emprego, Espiritualidade, Relações e Sexo, Saúde e Perda de Peso

Obrigado por ter ativado as notificações de Lifestyle ao Minuto.

É um serviço gratuito, que pode sempre desativar.

Notícias ao Minuto Saber mais sobre notificações do browser

Campo obrigatório