Mecanismos envolvidos na resistência à terapia do cancro serão estudados

Investigadores do Instituto de Investigação e Inovação em Saúde (i3S) da Universidade do Porto vão estudar os mecanismos moleculares envolvidos na resistência à terapia do cancro, no âmbito de um projeto financiado em 500 mil euros.

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Lusa
14/04/2021 10:16 ‧ 14/04/2021 por Lusa

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Cancro

Em declarações à agência Lusa, o diretor do instituto do Porto, Cláudio Sunkel, afirmou hoje que o projeto, intitulado Cancer Therapy, centra-se num "problema": "a resistência à terapia do cancro".

"Sabemos que muitos cancros, ao longo do tempo, vão desenvolvendo resistência e essa resistência significa que as células não continuam a ser suscetíveis à terapia", disse.

Com um apoio de 500 mil euros do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), os investigadores vão tentar identificar novos mecanismos moleculares envolvidos na resistência à terapia, bem como identificar novos alvos terapêuticos.

"A ideia é usar amostras de doentes e fazer estudos mais fundamentais em modelos 'in vitro' ou modelos em vivo animais", acrescentou o diretor do i3S.

A identificação dos mecanismos moleculares que tornam estas células resistentes permitirá "fazer um melhor diagnóstico".

"À medida que as células tumorais começam a ser resistentes a um determinado tratamento, começa, por exemplo, a aparecer uma determinada proteína que está associada a essa resistência e isso permite-nos fazer o diagnostico precoce e identificar os estágios da resistência", esclareceu.

O projeto será desenvolvido tendo por base três linhas de investigação: o papel de regulação do RNA na resistência à terapia do cancro, a caracterização e função das proteínas como alvos terapêuticos, e a instabilidade cromossómica na heterogeneidade tumoral e na resposta terapêutica.

As três linhas de investigação focam-se em "temas essenciais" para perceber a resistência à terapia no cancro e que "nunca foram estudados de forma sistemática e integrada".

De acordo com Cláudio Sunkel, a terceira linha de investigação é "mais fundamental", uma vez que pretende perceber porque é que alguns tumores se caracterizam por ter muitos mais cromossomas do que uma célula normal.

Além do próprio trabalho de investigação, o financiamento permitirá contratar recursos humanos, assegurou o diretor do i3S, acrescentando que o projeto estudará vários tipos de cancro, nomeadamente, gástrico, colorretal e do pulmão.

O projeto Cancer Therapy, cujo investimento elegível ascende aos 588 mil euros, está ancorado no programa de cancro do i3S e envolve investigadores de diversas áreas, tais como biologia molecular e celular, patologia molecular, farmacologia, bioinformática e nanomedicina.

Leia Também: Atrasos impediram diagnóstico do cancro do fígado "em fase tratável"

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