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Dia da Atividade Física. Saiba o que fazer em caso de lesão desportiva

Esta terça-feira, dia 6 de abril, é assinalado o Dia Mundial da Atividade Física. Como tal, o coordenador de Ortopedia e Diretor Clínico do Hospital CUF Viseu, Eduardo Mendes, partilha um artigo de opinião com o Lifestyle ao Minuto no qual explica o que fazer em caso de lesão desportiva. O texto que se segue é da sua autoria.

Dia da Atividade Física. Saiba o que fazer em caso de lesão desportiva
Notícias ao Minuto

10:00 - 06/04/21 por Notícias ao Minuto

Lifestyle Artigo de opinião

O que fazer se sofrer uma lesão desportiva?

O tempo de pandemia e consequente confinamento alterou de forma radical a nossa forma de vida tal como a conhecíamos. Novas realidades e conceitos: teletrabalho, aulas à distância, videoconferências e reuniões online. A exigência de isolamento social e distanciamento assim como o sedentarismo acarreta alterações físicas e mentais de consequências ainda imprevisíveis.

O conceito de vida saudável alia atividade física, alimentação equilibrada e descanso, sono, compensatório.

O desconfinamento progressivo e a necessidade de mobilidade e bem-estar, aumenta o número de praticantes, quer em lazer quer em competição, mantendo as atividades desportivas ditas clássicas e novas práticas, algumas bem radicais ou de contacto com a natureza. Em todas, as solicitações biomecânicas (isto é, a mecânica envolvida nos movimentos humanos) são reais e apesar do benefício para a saúde, toda a prática desportiva tem associados riscos de lesão.

Por tal motivo é cada vez mais necessária uma prática de prevenção de lesões e, no caso de necessidade de tratamento efetivo, optar por serviços clínicos organizados e especializados que permitam cuidados adequados e recuperação precoces. Todos estes princípios adaptam-se ao desporto profissional de alta competição ou de lazer e bem-estar.

Quais são habitualmente os mecanismos de lesão?

A prática desportiva, qualquer que seja, implica mecanismos que em certas circunstâncias pode provocar lesões que coloquem em causa a integridade do aparelho músculo esquelético.

O mecanismo de lesão está diretamente dependente da prática desportiva e a lesão da dimensão e energia deformante. É esta energia que ultrapassa a capacidade de resistência tecidular.

Há dois tipos de traumatismo: macrotraumatismo que implicam mecanismos geradores de força que excedem a capacidade de resistência biomecânica e microtraumatismo que resultam de repetição exaustiva movimentos de baixa intensidade dependentes da modalidade. Estes mecanismos originam um efeito cumulativo nos tecidos e estruturas interferindo com a sua capacidade de remodelação.

Que estruturas anatómicas são mais frequentemente lesadas na prática desportiva?

As lesões traumáticas desportivas dependem das solicitações específicas de cada modalidade e com o nível competitivo de cada praticante, mas apesar desta diversidade há em comum o aparelho músculo-esquelético. As lesões mais frequentes afetam os ossos, articulações (cápsula e ligamentos), músculos, tendões e nervos.

As lesões articulares resultam habitualmente de macrotraumatismos diretos ou indiretos, mais ou menos graves e podem resultar em luxações (quando as articulações deixam de estar congruentes), entorses, roturas ligamentares de diferentes graus de gravidade resultando em instabilidades e fraturas quando há perda de solução de continuidade das estruturas ósseas. Quaisquer destas lesões comprometem o aparelho de carga e afetam o funcionamento articular. É muito importante o diagnóstico precoce e o tratamento adequado para evitar sequelas.

As lesões musculares resultam de atividade desportiva onde existem mudanças bruscas de velocidade ou direção.

Estas lesões exigem mecanismos de prevenção adequados com planos de treino adaptados. A preparação e distensão, aquecimento, exige tempo prévio adaptado à prática desportiva.

As lesões tendinosas podem também ser agudas, resultando de energia elevada ou fragilidade prévia resultando em roturas, e para o seu tratamento poderá ser necessária uma intervenção cirúrgica.

Qual o timing e tratamento inicial da lesão no desporto?

As lesões músculo-esqueléticas agudas têm nas primeiras 24 a 48 horas uma fase inflamatória, fisiológica de resposta à agressão. Devem realizar-se uma série de procedimentos terapêuticos com a finalidade de evitar o agravamento da lesão inicial. Procedimentos que são descritos numa forma sucinta pelas iniciais inglesas PRICE:

PROTECTION – protecção da zona afetada com tala ou canadiana

R- REST (repouso, selectivo, movimento protegido)

I- ICE (gelo / frio)

C- COMPRESSION (compressão selectiva)

E- ELEVATION (elevação)

Percebendo o mecanismo e as consequências possíveis das lesões desportivas, é aconselhável no início e na retoma da atividade realizar um adequado exame médico prévio e adaptar um plano de prevenção de lesões.

A maioria das lesões cura-se por si própria com cuidados adequados. No entanto, se não houver uma evolução favorável dentro de alguns dias é aconselhável a consulta médica adequada para avaliação clínica e realização de exames complementares de diagnóstico.

Quando procurar um médico?

Em caso de suspeita de lesões mais sérias, ou haver presença de: deformidades no osso ou articulações, incapacidade suportar peso na zona afetada, edema (inchaço) excessivo, alterações de cor de pele com hematomas volumosos e se não houver melhoria após alguns dias de PRICE. Na presença destes sintomas é importante não adiar a procura de um médico, sob pena de agravar o prognóstico.

Leia Também: O impacto da Covid-19 na mortalidade da Doença Vascular Cerebral

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