O novo exame ao sangue é capaz de detetar 50 tipos de cancro com antecedência e a sua localização no corpo humano, segundo informações divulgadas pela revista Galileu.
Cientistas vinculados ao Dana-Farber Cancer Institute, da Universidade Harvard, e à Clínica Mayo, ambos nos Estados Unidos revelam que o teste pode ser fundamental para a obtenção de um diagnóstico precoce, aumentando assim a probabilidade de sobrevivência.
Num artigo publicado na última segunda-feira, dia 30 de março, no periódico Annals of Oncology, os cientistas explicam que o método baseia-se no sequenciamento genético, de modo a analisar mutações químicas nos grupos metil do ADN das células cancerígenas. Dessa forma, é possível avaliar se os genes cancerígenos estão ativos ou inativos.
A revista Galileu explica que os investigadores usaram o teste para analisar o ADN de 6.689 amostras de sangue, sendo que 2.482 pertenciam a indivíduos com cancro e as restantes 4.207 a pessoas saudáveis.
O resultado das amostras de doentes com tumores apresentaram mais de 50 variantes de cancro, incluindo de esófago, pâncreas, colo-retal, ovários, mama, gástrico, vesícula biliar, bexiga, pulmão, cabeça e pescoço, leucemia linfóide e mieloma múltiplo.
Já o nível de precisão do exame ao sangue foi de uns impressionantes 99,3%. Adicionalmente, quando o tumor foi identificado, o exame acertou o órgão ou tecido onde o cancro teve a sua origem em 90% dos casos. Sendo que este tipo de informação é fundamental para perceber como a patologia que ceifa milhões de vidas anualmente em todo o mundo pode ser diagnosticada atempadamente e tratada.
"Os dados apurados demonstram que esta abordagem pode identificar uma ampla variedade de tumores em virtualmente qualquer estágio da doença, com especificidade e sensibilidade próximas ao nível necessário para a triagem em nível populacional", afirmou Geoffrey Oxnard, um dos autores do estudo. "O teste pode ser uma parte essencial dos ensaios clínicos para o diagnóstico precoce".