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Psicóloga dá-lhe a "receita para motivar os idosos a ficar em casa"

A psicóloga clínica Vera de Melo partilhou um artigo de opinião com o Lifestyle ao Minuto.

Psicóloga dá-lhe a "receita para motivar os idosos a ficar em casa"
Notícias ao Minuto

18:30 - 25/03/20 por Notícias Ao Minuto

Lifestyle Covid-19

"Ficar em casa para os idosos é algo complexo, é retirar-lhe vida. A ida ao café, ao pão, a partida de cartas, as conversas com os amigos dão propósito e motivo para existirem, sentem-se úteis. Desvalorizam o vírus e insistem em referir que não há mal nenhum em ir só um bocadinho ao café ou ao pão ou ao supermercado", explica a psicóloga clínica Vera de Melo.

Receita para os motivar a ficar em casa, por Vera de Melo:

400 g de paciência- Os idosos são os que deviam estar mais assustados, fruto do risco, no entanto são os que aparentam estar mais tranquilos. A proximidade inevitável da morte atenua o sofrimento pelo que a mensagem a transmitir tem de ser clara, objetiva e repetida muitas vezes. Não acreditem que só porque fornecem a informação eles vão adotar o comportamento. Precisam de sentir que o têm de fazer. 

350 g de empatia- Temos de dizer o quanto percebemos que é difícil alterarem a rotina, que é difícil ficar em casa mas é necessário que o façam. Colocarmo-nos no lugar deles, ajuda-nos a pensar como eles e quando pensamos como eles percebemos as suas dificuldades. A maioria não lê noticias na internet, não faz encomendas online, não joga videojogos, não usa Skype ou novas tecnologias de informação, não faz exercício em casa. Praticar a empatia ajuda a ajustar a linguagem que deve conter a mensagem tornando-a emocional. 

300g de naturalidade: aceite que é natural eles não cumprirem a regra de ficar em casa. Não gostam de ser mandados, têm muita dificuldade em mudar as rotinas de anos, resistem a tudo o que é mudança. Como viveram já muitas doenças e situações complexas acham que filhos e noras "estão à beira de um ataque de nervos" e a hipervalorizar o que não necessita de ser valorizado.

250g de flexibilidade: minimize e não seja rígido e inflexível. Não queira que os idosos mudem drasticamente as suas rotinas, afinal é preciso tempo para se ajustar e readaptar às novas rotinas, pessoas e espaços físicos. Foque-se no real e recorde que já diz a sabedoria popular, que "Roma e Pavia não se fizeram num dia". 

250g de realidade: Além de ser utópico, é humanamente impossível acreditar que os idosos vão fazer o que lhes pedir/ordenar, por isso é fundamental monitorizar. Não vista a capa de "super-herói", vai colocar-se num patamar de expectativas não realizáveis, culminando num mar de frustrações.

200g de planeamento: Nada é pior para alguém que está confinado a estar em casa do que sentir-se inútil por isso o maior objetivo é fazer com que se sintam úteis, que tenham um propósito para se levantarem todos os dias. Ajude a fazer um planeamento diário do que os idosos podem fazer. Envolva-os nessa tarefa, tentando acrescentar novas tarefas e hobbies. As tarefas mantêm as pessoas ocupadas e quando ocupadas não têm pensamentos saudosistas daquilo que era a sua antiga vida.  Vai encontrar resistência, mas não desanime.

No final, misture todos os ingredientes de forma consistente e de forma a envolvê-los, formando uma mistura homogénea. Para terminar, junte uma pitada de carinho. Este ingrediente secreto vai dar um toque especial à sua receita e vai fazer toda a diferença.

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