"Devido à grande exposição ao arsénico inorgânico na água potável de todo o mundo, elucidar a contribuição do arsénico para a epidemia da diabetes é uma prioridade para a saúde pública com implicações potenciais para a prevenção e controle da doença", afirmaram os autores da pesquisa em declarações à Reuters.
O estudo conduzido por uma equipa de investigadores da Universidade John Hopkin, nos Estados Unidos, e divulgado pelo periódico científico Journal of the American Medical Association, detetou uma forte correlação entre a incidência de diabetes tipo 2, a mais comum e que se desenvolve ao longo da vida, e os níveis de arsénico na urina dos pacientes. “Parece que não existe um nível seguro de arsénico”, afirmou a médica Ana Navas-Acien à Reuters.
A verdade, é que além de ainda muitas pessoas opetarem por beber água mineral extraída de poços e vais subterrâneas, também existem determinadas regiões do mundo, nomeadamente nos países em vias de desenvolvimento, que detêm recursos hídricos escassos e cuja população tem obrigatoriamente de recorrer a essas mesmas fontes de água subterrânea. De acordo com Ana Navas-Acien, o arsénico eleva exponencialmente o risco de aparecimento de cancro do pulmão, dos rins, bexiga, pele e da próstata.
O arsénico contamina a água potável ingerida por milhões de pessoas na Argentina, Chile, Bangladesh, Estados Unidos e na Europa Central, países onde a água mineral é a principal fonte e contém níveis mais elevados de arsénico.
Entre os 800 voluntários que integraram o estudo 20% apresentavam uns permissíveis de 16,5 microgramas de arsénico por litro de urina, e também tinham 3,5 vezes mais hipóteses de desenvolver diabetes, comparativamente aos 20% com níveis menores de arsénico, três microgramas por litro. Os índices de arsénico eram ainda 26% mais elevados nos indivíduos que sofriam de diabetes tipo 2.
Segundo Ana, o arsénico acumula-se no corpo humano e danifica a capacidade do corpo de produzir insulina para converter açúcar em energia.