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A Ciência Explica: Enfarte e a dor no peito "que pode ser caprichosa"

O enfarte agudo do miocárdio "pode acontecer a qualquer idade, contudo é mais frequente acontecer a partir dos 35 anos", como explicou o médico Luis Baquero, cirurgião cardiotorácico do Hospital da Cruz Vermelha, em entrevista ao Lifestyle ao Minuto.

A Ciência Explica: Enfarte e a dor no peito "que pode ser caprichosa"
Notícias ao Minuto

08:40 - 10/12/19 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle Entrevista

O que ocorre no corpo humano no momento do enfarte? "O nosso coração é privado dos nutrientes e oxigénio necessários para garantir o funcionamento adequado, nos casos mais graves o doente pode padecer um episódio de morte súbita ou ter uma lesão extensa que condicione um quadro de insuficiência cardíaca aguda. Noutros casos menos graves a dor precordial será um aviso para recorrer ao médico e ser avaliado adequadamente", elucida o médico Luis Baquero

O enfarte agudo do miocárdio pode acontecer em qualquer  idade, contudo é mais frequente acontecer a partir dos 35 anos. Recentemente um dos casos mais mediáticos em Portugal envolveu a atriz Maria Rueff que aos 47 anos sofreu em enfarte, encontrando-se agora em recuperação. 

Por exemplo em Portugal o enfarte do miocárdio mata, aproximadamente, 4.300 pessoas por ano das quais 2.400 homens e 1.900 mulheres. Nos jovens é mais frequente acontecer em homens e são em geral casos mais graves e súbitos. 

Na entrevista que se segue Luis Baquero fala em profundidade sobre a condição - o que é, causas, sintomas, prevenção e tratamento -, ainda infelizmente tantas vezes fatal. Cuide-se. 

O que é um enfarte agudo do miocárdio, é o mesmo que um ataque cardíaco?

Sim. O nosso músculo cardíaco (miocárdio) precisa de receber constantemente fluxo sanguíneo para manter a sua atividade constante. Este fluxo chega ao músculo cardíaco através das artérias coronárias qualquer obstrução significativa provocada por um uma placa de aterosclerose pode limitar a quantidade de sangue que chega ao nosso miocárdio provocando a chamada 'angina de peito' a 'dor precordial' clássica da doença coronária, é o nosso coração a queixar-se da falta de oxigénio. Se esta falta de sangue e oxigénio é prolongada pode haver morte das células do músculo cardíaco e por tanto provocar um Enfarte do Miocárdio. Daí a importância de agir rapidamente na presença de dor precordial a angina de peito, sobretudo quando esta acontece subitamente a não alivia com o repouso.

O que ocorre no corpo humano no momento do enfarte?

O coração é privado dos nutrientes e oxigénio necessários para garantir o funcionamento adequado, nos casos mais graves o doente pode padecer um episódio de morte súbita ou ter uma lesão extensa que condicione um quadro de insuficiência cardíaca aguda. Noutros casos menos graves a dor precordial será um aviso para recorrer ao médico e ser avaliado adequadamente.

Quais são as principais causas e fatores de risco para a sua ocorrência?

Fundamentalmente existem dois tipos de fatores de risco, os que podemos modificar, através de mudanças no estilo de vida, como por exemplo a obesidade, o colesterol, a hipertensão arterial, o diabetes, o tabagismo, a vida sedentária, o stress que de alguma forma podemos modificar ou controlar. Existem ainda os fatores de risco não modificáveis como a idade, o sexo, a raça e a história familiar, que nos tornam mais ou menos sensíveis a padecer doença coronária no futuro.

Um enfarte pode ocorrer em pessoas de todas as idades?

Pode acontecer a qualquer  idade, contudo é mais frequente acontecer a partir dos 35 anos. Por exemplo em Portugal o enfarte do miocárdio mata, aproximadamente, 4.300 pessoas por ano das quais 2.400 homens e 1.900 mulheres.  Nos jovens é mais frequente acontecer em homens e são em geral casos mais graves e súbitos.

Ambos os sexos são afetados da mesma forma?

A mulher tem uma certa vantagem e proteção em relação ao homem nas primeiras décadas de vida, mas com a menopausa o risco equipara-se e em muitos casos até aumenta. 

Quais são os sintomas?

O sintoma principal é a dor no peito. Uma dor que pode ser caprichosa, no sentido de que nem sempre aparece como a típica dor no peito ou peso com irradiação para o braço esquerdo.

A dor pode variar de localização e apresentar-se como uma dor ou mal-estar epigástrica, ou como uma dor no centro das costas ou na garganta. Em alguns casos pode simplesmente dar sintomas de cansaço ou fadiga sem dor precordial.

Os sintomas diferem dependendo do género?

Não, os sintomas variam em função da área e da extensão do miocárdio afetado. É importante relembrar que os doentes diabéticos podem não sentir dor e ter na mesma um enfarte.

Como se diagnostica o enfarte do miocárdio?

Existem várias maneiras de diagnosticar um enfarte, desde um simples ECG a uma prova de esforço ou uma ecografia de sobrecarga podem revelar áreas do coração que tiveram um enfarte ou que sofrem uma limitação ao fluxo de sangue durante um esforço. 

Existem métodos mais sofisticados como a ressonância magnética cardíaca ou TAC coronária que tem vindo a ganhar relevo no diagnóstico da doença coronária.

Quando há um episódio de enfarte agudo com alterações do eletrocardiograma a realização de angiografia coronária de urgência é sem dúvida o procedimento de eleição que permite ver em que coronária se encontra a obstrução e tratar com sucesso na maioria dos casos .

Como se trata?

Fundamentalmente com a técnica de angioplastia coronária, onde o cardiologista identifica a lesão coronária, dilata a mesma com um balão próprio e implanta um 'Stent' que manterá a coronária aberta permitindo que o oxigénio e os nutrientes cheguem ao miocárdio.

Como se previne?

A prevenção passa  pelo controle dos fatores de risco mencionados e manter hábitos de  vida saudáveis. 

É muito importante fazer um check up cardiológico completo para perceber a nossa tolerância ao esforço, saber se há presença de doença coronária e da gravidade da mesma.

Por vezes a doença coronária só dá sintomas durante o esforço. A realização de um exame chamado 'Score de cálcio' é muito relevante para saber a probabilidade de padecermos de doença coronária sintomática, este exame é basicamente um TAC que não demora mais de 5 minutos e que qualquer pessoa pode fazer.

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