Muito além da psiquiatria. Estudo prova que anorexia também é genética
Descoberta pode revolucionar tratamento do distúrbio, que tem a maior taxa de mortalidade entre as doenças psiquiátricas.
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Um estudo inédito que analisou dados de mais de 17 mil pessoas relacionou a anorexia nervosa com oito genes do ADN humano. A descoberta pode revolucionar a forma com que o distúrbio é visto, que até então era considerado como sendo apenas do foro psiquiátrico.
Além de associarem a anorexia com características metabólicas genéticas como índice glicémico, lipídico (gordura) e medidas corporais, os cientistas relacionaram o transtorno a pessoas que têm outros distúrbios psiquiátricos, como transtorno obsessivo-compulsivo, depressão, ansiedade e esquizofrenia. Também de acordo com a equipa, determinados genes aumentam a propensão à atividade física, fator que pode implicar a tendência de pessoas com anorexia nervosa manterem-se extremamente ativas.
"Anormalidades metabólicas observadas em pacientes com anorexia nervosa são mais frequentemente atribuídas à fome, mas o nosso estudo mostra que as diferenças metabólicas também podem contribuir para o desenvolvimento do distúrbio. Além disso, as análises realizadas indicam que os fatores metabólicos podem desempenhar um papel quase tão forte quanto os efeitos puramente psiquiátricos”, disse um dos autores da pesquisa, Gerome Breen, em comunicado.
Andrew Radford, diretor executivo da Beat, organização que dá apoio a pessoas que sofrem de distúrbios alimentares, descreveu a pesquisa como inovadora: " O estudo aumenta significativamente a nossa compreensão sobre as origens genéticas desta grave doença. Nós encorajamos os investigadores a examinar os resultados desse estudo e considerar como pode contribuir para o desenvolvimento de novos tratamentos para que possamos acabar com a dor e o sofrimento dos transtornos alimentares", afirmou.
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