Revolução científica no tratamento de cancro da mama, pulmão e pâncreas
Resultados de investigações para 'matar o cancro' foram apresentados na maior conferência anual sobre o cancro, organizada pela Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO).
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Lifestyle 'Matar o cancro'
No evento científico internacional estiveram reunidos durante cinco dias em Chicago milhares de oncologistas vindos do mundo inteiro. Entre os milhares de estudos e resultados de investigações apresentados, há três boas notícias que se destacam, segundo informações divulgadas pela SIC Notícias.
O primeiro grande anúncio foi feito no sábado em relação a um tipo de cancro da mama que surge em dois terços das mulheres antes da menopausa: cancro da mama hormono-dependente.
Os resultados de um ensaio clínico internacional mostraram que 70% das pacientes que tomaram um medicamento com a molécula ribociclib (Kisqali, laboratórios Novartis) ainda estavam vivas três anos e meio após o início do tratamento, enquanto a taxa de sobrevivência das que tomaram o placebo foi de 46%, uma redução relativa do risco em 29%.
Relativamente ao cancro do pulmão foram apresentados os resultados da utilização do medicamento pembrolizumab (Keytruda, laboratório Merck/MSD), que tem tido sucesso no cancro do pulmão de não pequenas células.
Perto de 25% dos doentes que tomaram Keytruda sem terem feito quimioterapia estavam vivos ao fim de cinco anos (e também 15% dos que fizeram quimioterapia). Antes da imunoterapia, a taxa de sobrevivência a cinco anos era de 5%.
Já o cancro do pâncreas que é um dos tumores mais mortíferos, foi apresentado um ensaio clínico durante o qual um terço dos pacientes estavam ainda vivos ao fim de dois anos.
A investigação foi conduzida em pacientes portadores de uma mutação do gene BRCA, associado ao aumento do risco de vários cancros, entre os quais pâncreas e mama.
A molécula utilizada neste ensaio clínico foi olaparib (Lynparza, laboratórios Merck e AstraZeneca), já aprovada para o tratamento do cancro dos ovários.
Nos doentes que tomaram este medicamento, a progressão do cancro parou durante 7,4 meses, em média, contra os 3,8 meses daqueles que tomaram o placebo.
Um quarto viram o tumor reduzir, redução que se manteve durante mais de dois anos, segundo a autora principal do estudo Hedy Kindler, oncologista no hospital da Universidade de Chicago.
"Não se trata de uma cura", sublinha a médica, mas pelo menos "podemos transformar um diagnóstico fatal em doença potencialmente crónica, pelo menos durante um tempo e manter a doença sob controlo".
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