A esquizofrenia atinge cerca de 1% da população e tende a manifestar-se no final da adolescência. Embora não faça distinção entre sexos, raças ou culturas, as populações mais afetadas são as rurais e os grupos sociais com baixo nível socioeconómico e cultural.
O aparecimento da doença é mais precoce em indivíduos do sexo masculino (entre os 15 e os 25 anos) e mais tardio em pessoas do sexo feminino (entre os 25 e os 30 anos). É uma doença que raramente ocorre depois dos 45 anos, segundo informações divulgadas pela rede de hospitais privados CUF
Como se manifesta a Esquizofrenia?
Os sintomas são muito diversos e complexos e, de um modo geral, traduzem uma perda de contacto com a realidade.
Alucinações
As alucinações auditivas, visuais ou olfativas são comuns. O doente esquizofrénico frequentemente está convicto de que os outros conseguem ler os seus pensamentos, controlá-los ou que desejam fazer-lhe mal. Essa convicção aterroriza o paciente que tende a afastar-se ou a ficar muito agitado.
Discurso confuso
O discurso do doente com esquizofrenia muitas vezes não faz sentido e pode ser interrompido subitamente a meio de uma frase. Os pensamentos tendem a ser muito desorganizados.
Alterações dos movimentos
Ocorrem também alterações dos movimentos, podendo o paciente ficar sentado durante horas sem se mover ou falar, ou repetir certos movimentos vezes sem conta.
Porém, noutras ocasiões, o doente parece estar perfeitamente bem. Sendo que alguns sintomas de esquizofrenia são mais vagos e, por isso, difíceis de detetar como, por exemplo:
- a ausência de prazer nas atividades diárias;
- a ausência de expressão na voz ou no rosto enquanto o paciente fala;
- a incapacidade de iniciar e manter as tarefas planeadas;
- a dificuldade de compreender informação, de tomar decisões ou de se manter concentrado;
- a incapacidade de usar uma informação imediatamente depois de a ter aprendido.
Quais as causas da esquizofrenia?
A genética é importante para a esquizofrenia. Embora a doença afete cerca de 1% da população, ela atinge 10% das pessoas que têm um familiar em primeiro grau com esquizofrenia.
Pensa-se que, em muitos casos, é necessária uma interação entre a genética e o meio ambiente para que a doença se possa desenvolver, embora essas interações sejam ainda pouco conhecidas.
Outra causa possível é um desequilíbrio químico a nível cerebral, no que diz respeito aos neurotransmissores dopamina e glutamato. Estas substâncias permitem que diferentes áreas do cérebro comuniquem entre si e, como tal, o seu equilíbrio é fundamental.
Como se trata a esquizofrenia?
Embora não exista ainda cura para esta doença, o seu prognóstico tem vindo a melhorar. Os novos tratamentos permitem uma vida com mais qualidade e mais autonomia.
O tratamento da esquizofrenia incide na eliminação dos sintomas e passa pela utilização de medicamentos e pela psicoterapia.
Existem diversos medicamentos antipsicóticos disponíveis, devendo o médico psiquiatra selecionar o mais apropriado para cada caso.
É muito importante nunca interromper ou parar o tratamento sem indicação médica. Adicionalmente, a psicoterapia é útil nos doentes já estabilizados, ajudando-os a reintegrarem-se nas suas atividades diárias.