De acordo com ambos os investigadores, famílias que possuem gatos como animais de estimação têm mais chances de ter filhos diagnosticados com esquizofrenia ou outros problemas mentais, facto revelado por três estudos distintos realizados em épocas diferentes.
Os investigadores apontam que essa característica é extremamente repetitiva para ser apenas um simples dado aleatório. Segundo questionários feitos a famílias em 1982 pelo Instituto Nacional de Doenças Mentais, 50% das pessoas que desenvolveram esquizofrenia tinham gatos em casa enquanto crianças. O número repete-se nas pesquisas de 1990, com um percentual de 51% de donos de gatos que sofreram de problemas mentais.
Os dados
Analisando o cenário dos Estados Unidos, podemos visualizar o seguinte quadro: aproximadamente 33% das casas americanas possui um gato, enquanto 1,1% da população do país é diagnosticada com esquizofrenia – da qual 51% teve um gato em casa.
Vendo por esse ângulo, podemos perceber que realmente há algum tipo de conexão. Os investigadores têm uma teoria para o desenvolvimento de esquizofrenia e a relação com os gatos: o protozoário Toxoplasma gondii é encontrado nos felinos e pode ser passado para seres humanos, podendo desempenhar um papel na origem e formação de problemas mentais.
Torrey diz que o Toxoplasma gondii pode chegar ao cérebro e formar cistos microscópicos, que são ativados na adolescência e originam doenças do foro psicológico ao afetar os neurotransmissores. O micro-organismo também está relacionado a outros problemas, trazendo diversos tipos de complicações, inclusive cegueira. Contudo, sistemas imunitários fortes geralmente não são suscetíveis ao Toxoplasma gondii e não apresentam riscos sérios apesar de entrarem em contacto com ele.
Solução?
Os investigadores alertam que é mais seguro criar gatos dentro de casa para que evitem estar em com outros felinos, além dos donos manterem o animal sempre limpo, removendo do ambiente as fezes do bichano sempre que puderem – já que é possível dar-se a contaminação dessa forma.
É claro que mais estudos e análises necessitam de ser feitas para que a relação entre gatos e o possível desenvolvimento de esquizofrenia seja realmente comprovado. E. Fuller Torrey e Wendy Simmons recomendam que cientistas de de outros países façam os mesmos testes e entrevistas com as famílias de esquizofrénicos para analisar esse fenómeno em mais partes do mundo.