Sofre de insónias? 3 consequências inesperadas no trabalho por não dormir
Para além do cansaço e dos problemas de concentração, dormir pouco antes de ir trabalhar dificulta o controlo sob as próprias emoções.
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Lifestyle Psicologia
Há cada vez mais pessoas em todo o mundo que dormem menos do que deveriam, como alerta um artigo publicado pelo jornal espanhol El País. O estilo de vida, a necessidade de estar conectado 24 horas por dia durante sete dias por semana, o stress, o consumo de álcool, a falta de atividade física e o 'consumo excessivo de tecnologia' são algumas das razões pelas quais geralmente dormimos menos horas do que o recomendado.
Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), a privação de sono já é considerado um problema de saúde pública, sobretudo nos países desenvolvidos. E tal tem efeitos prejudiciais para a saúde, relacionados com a falta de concentração no trabalho e ao mal-estar físico generalizado, como dores de cabeça, no corpo e náuseas. Contudo, existem outros danos menos conhecidos das consequências da privação de sono no trabalho.
Torna-o menos bem-sucedido
Uma das crenças mais difundidas para alcançar o sucesso e os objetivos no trabalho é que quanto mais trabalhar, melhor. E se isso significa sacrificar o descanso ou horas de sono, esse é um preço aceitável para atingir o sucesso. No entanto, inúmeras pesquisas apontam para o contrário. Para ter sucesso, tem de dormir bem. De acordo com o Departamento de Sono da Escola de Medicina de Harvard, qualquer melhoria da produtividade a curto prazo por acordar muito cedo ou deitar-se tarde é rapidamente eliminada pelos efeitos prejudiciais da privação de sono no estado de ânimo, na capacidade de concentração e no acesso a funções cerebrais de nível superior a longo prazo.
De acordo com o relatório 'Os Custos Financeiros de Dormir Pouco', do CDC, os trabalhadores que não têm um horário fixo (trabalham por turnos), que enfrentam prazos pouco realistas e que levam entre 30 a 60 minutos para chegar ao trabalho, dormem, em média, cerca de 30 minutos menos, comparativamente a outros trabalhadores. O que equivale a perder cerca de 173 horas de sono por ano.
Afeta a capacidade de controlar as emoções...
A sensação de sonolência provoca emoções negativas. O estudo longitudinal A Privação de Sono e o Desenvolvimento das Relações Chefe-empregado, da Universidade de Indiana, também nos EUA, concluiu que dormir pouco diminui o carisma do líder e pode levar a comportamentos mais abusivos. Também afirma que a privação de sono prejudica as partes do cérebro envolvidas na regulação das emoções.
Sendo essa a mesma conclusão a que chegou o Instituto Californiano de Neurociências do Comportamento e Psicologia numa pesquisa publicada em 2018, que apontou para uma possível relação entre a amígdala e as emoções negativas resultantes da privação de sono, especialmente a ira. Essa estrutura cerebral é responsável pelo processamento das nossas reações emocionais. Durante aquele estudo, os investigadores apuraram que a privação de sono deixa-nos mais irascíveis e torna mais fácil que optemos por emoções reativas, em vez de pararmos para processar e administrar as emoções como faríamos se tivéssemos dormido bem.
...e, portanto, também prejudica as relações com os colegas de trabalho
Se dormir pouco nos torna mais reativos, não é difícil concluir que as relações com os colegas de trabalho também serão afetadas. A pesquisa desenvolvida pela Universidade de Indiana também encontrou evidências científicas de que o sono é um indicador da qualidade das relações no trabalho.
Por isso já sabe: desligue a televisão ou a Netflix, afaste-se do telemóvel e esta noite durma bem e muito - pela sua saúde e bem-estar geral.
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