Se já ouviu falar do Maxime com certeza ficou curioso com os segredos que lhe sussurraram sobre o que lá acontecia. Os anos de ribalta, na década de 50, de um cabaret de inspiração parisiense preenchiam Lisboa com atuações tanto de cantores e atores de renome como de alternadeiras espanholas. Com nível. Tanto nível que, apesar do declínio a partir de 1960, o Maxime nunca saiu da memória de quem lá prolongou as noites.
E foi a pensar nos tempos de glória e luxo, que o velho cabaret reabriu rejuvenescido, no final de 2018, pelas mãos do grupo Hóteis Real, no mesmo local onde sempre foi, na Praça da Alegria, em Lisboa. O sucesso atual é o espelho de um projeto com reflexo no passado e presente. Manteve-se o espírito boémio, provocador e elegante, mas agora com uma alma renovada, contemporânea e irreverente.
Logo à entrada é surpreendido com um 'peep show'. A cortina esconde um misterioso cubículo com um pequeno buraco numa das paredes. O convite é para que espreite e viaje no tempo até ao Maxime dos anos 50.
Mas a jornada pelo ‘pretérito perfeito’ deste glamoroso espaço não acaba aqui. Ao passar pela receção revivemos o antigo salão, transformado agora em sala de refeições e de espetáculos, e chegamos ao bar, que mantém o antigo balcão.
Todos os dias servem-se aqui almoços, jantares, e cocktails. A experiência é escolhida ao gosto do cliente. Mas as noites de ‘Maxime Cabaret Show’, todas as sextas-feiras, dão-lhe um match perfeito. É que além do extravagante espetáculo - com bailarinas que nos fazem rir ao mesmo tempo que despem sensualmente a roupa -, pode degustar de um menu da autoria do Chef Luca Bordino.
A expedição gastronómica inclui uma entrada de foie gras com crumble de frutos secos e cogumelos, pickle de morango, merengue de morango, chutney de morango, malagueta e gengibre. Dois pratos principais, um de peixe e outro de carne e ainda uma sobremesa deliciosa: mousse de peanut butter com crumble de peanut butter e gelado de banana.
Se pensa que a experiência está completa, desengane-se. Pode ainda beber um copo no pátio antes de subir a um dos 75 quartos do novo boutique hotel da capital.
E são os quartos a grande novidade do Maxime do século XXI. Os andares, que antes eram escritórios, estão hoje repletos de brilhos e luzes que dão mote a noites que não se esquecem. A maioria dos quartos é uma homenagem às coristas e bailarinas que por lá passaram e estão decorados com rigor e sensualidade. Mas há cinco quartos que são ainda mais especiais por serem temáticos.
O Dressing Room está decorado com espartilhos, leques, espelhos e um quadro das irmãs bailarinas espanholas Carmem e Lola. O Bar Room combina jogos de casino com uma decoração mais masculina, enquanto o sensual Burlesque apela ao amor. Para os mais arrojados e para uma noite de luxúria a escolha acertada é o Bondage, que esconde as fantasias mais ocultas e oferece algemas, chicotes e até baloiços, ou o Stage Room, onde os seus sonhos surgirão sobre uma cama redonda com luzes.