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Bomba relógio. Perdem-se mais de 47 dias de trabalho após enfarte

Na Europa, os sobreviventes de um acidente vascular cerebral (AVC) ou de um episódio de síndrome coronária aguda (SCA) perderam 25% do seu tempo de trabalho anual. Os custos indiretos relacionados com a perda de produtividade laboral devido à ocorrência de AVC ou a SCA são tão elevados quanto os custos médicos diretos em Portugal.

Bomba relógio. Perdem-se mais de 47 dias de trabalho após enfarte
Notícias ao Minuto

21:05 - 09/04/19 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle Coração

A Amgen anunciou ontem os resultados de um estudo Europeu acerca do impacto negativo da síndrome coronária aguda (enfarte agudo do miocárdio e angina instável) e do acidente vascular cerebral na produtividade dos doentes e dos cuidadores e custos associados. O estudo, publicado no European Journal of Preventive Cardiology, uma revista da Sociedade Europeia de Cardiologia, conclui que os sobreviventes de um episódio de síndrome coronária aguda (SCA) ou enfarte agudo do miocárdio que regressaram ao trabalho, perderam cerca de 25% do seu tempo de trabalho durante o primeiro ano, e que os cuidadores informais perderam cerca de 5% do seu tempo de trabalho anual no apoio aos doentes nas tarefas que estes não conseguiam fazer de forma independente.

De acordo com o estudo, os doentes com SCA em Portugal perderam em média 37 dias de trabalho, e os cuidadores perderam 10 dias de trabalho adicionais. Os doentes com enfarte agudo do miocárdio e os cuidadores perderam em média 65 e 12 dias de trabalho, respetivamente. Mais de 73% do tempo de trabalho perdido pelo doentes decorreu da hospitalização e baixa médica após um episódio cardiovascular. A produtividade dos doentes também foi afetada após o regresso ao trabalho: os doentes com SCA e enfarte agudo do miocárdio perderam em média 2 e 7 dias de trabalho, respetivamente, devido ao presenteísmo - condição que decorre quando uma pessoa está presente no trabalho mas não consegue executar na plenitude as suas funções devido ao seu estado de saúde. Os custos indiretos consistiram em 6.641€ para SCA e em 10.725 € para o enfarte agudo do miocárdio, os quais são comparáveis aos custos médicos diretos, efetivamente duplicando o peso económico destes episódios cardiovasculares para a sociedade portuguesa.

"As perdas de produtividade associadas aos eventos cardiovasculares são substanciais e vão para além do doente. Este estudo demostra que o custo financeiro total de um ataque cardíaco ou de um acidente vascular cerebral pode ser o dobro dos custos médicos diretos, quando os custos indiretos decorrentes do tempo de trabalho perdido pelos doentes e cuidadores informais é tido em conta. Os esforços contínuos na abordagem aos fatores de risco cardiovascular modificáveis, incluindo a otimização do uso de terapêuticas antidislipidémicas, facultarão um efeito benéfico na saúde e longevidade da população e simultaneamente uma diminuição da carga económica associada." Professora Dra. Catarina Fonseca, Hospital de Santa Maria, Lisboa.

O estudo utilizou o questionário iPCQ (Productivity Cost Questionnaire) desenhado e validado pelo Institute of Medical Technology Assessment e foi aplicado em 394 doentes (196 com SCA e 198 com enfarte agudo do miocárdio), de 7 países Europeus, que conseguiram regressar ao trabalho nos 3 a 12 meses segintes ao episódio. Em Portugal, foram recrutados 39 doentes com SCA e 31 doentes com enfarte agudo do miocárdio. Nos países Europeus do estudo, 60% dos dias de trabalho perdidos devido aos episódios cardiovasculares decorrerram do internamento hospitalar e da baixa médica após o episódio.[ii] O estudo demonstrou que, para os doentes em Portugal os dias de trabalho perdidos devido ao tempo em internamento e baixa médica são superiores à média dos países europeus, mas que a produtividade perdida após o regresso ao trabalho devido às ausências de curto-prazo e ao presenteísmo é inferior à média Europeia.

Os déficits de produtividade nesta população acarretam consequências psicossociais negativas para os doentes e para as suas famílias. Alguns dos doentes questionados tiveram que mudar de emprego ou carreira, reduzir as suas horas de trabalho ou necessitar de mais ajuda de amigos e familiares. O estudo focou-se apenas nos doentes que puderam continuar a trabalhar, mas muitos doentes com episódios cardiovasculares graves não puderam regressar ao mercado laboral.

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