Hidratos 'alimentam' o cancro? Quatro mitos sobre alimentos e tumores
O Instituto Nacional de Cancro brasileiros fala sobre informações falsas que podem estar a prejudicar os doentes com cancro.
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Lifestyle Comer para viver
A moda das dietas restritivas chegou aos pacientes oncológicos. Cada vez mais, pessoas que lutam contra essa doença são bombardeadas com notícias (falsas, muitas vezes) sobre alimentos que melhoram ou pioram o tratamento e a prevenção de novos tumores.
De modo a refutar certos mitos prejudiciais, uma equipa de especialistas do INCA observou que, nos últimos três anos, aumentou o número de pacientes que diminuíram, por conta própria, o consumo de carboidratos. O motivo? Uma teoria de que o açúcar alimenta o tumor, fazendo com que este espalhe mais rápido e coloque em risco tratamento. “Muitos doentes emagrecem perigosamente porque não estão a consumir hidratos de carbono suficientes”, relata à revista SUPER Interessante Gabriela Villaça, nutricionista do Hospital do Cancro II, ligado ao Inca, no Rio de Janeiro.
Adicionalmente, esse tipo de informação também gera efeitos psicológicos sérios. “Achar que determinado alimento pode fazer o cancro evoluir ou reduzir a chance de cura causa medo e culpa”, alerta a nutricionista.
A seguir, conheça os mitos mais populares:
1. “Carboidratos alimentam o tumor”
Essa afirmação até tem um fundo de verdade. Todos os hidratos que comemos transformam-se em glicose. A função da glicose é fornecer energia para as células do organismo funcionarem – inclusive as malignas. E, como essas células se multiplicam em alta velocidade, acabam por consumir muito mais glicose do que as outras.
Mas isso não significa que retirar os hidratos da dieta é a solução. Gabriela explica que, ao parar de consumir o macronutriente, nosso organismo encontra outros meios de obter glicose – usando proteínas que formam os músculos, por exemplo. O resultado? Além do emagrecimento, uma perda acentuada de massa muscular, um problema para quem pretende curar-se do cancro.
Os doentes devem durante o tratamento dar prioridade aos hidratos de carbono provenientes de alimentos frescos, como frutas, verduras, grãos e cereais.
2. “A quimioterapia não vai funcionar se comer carboidratos”
Segundo o documento apresentado pelo Inca, alguns estudos feitos com amostras celulares e animais apontam que a restrição de glicose pode reduzir o crescimento de tumores. O que não quer dizer que esses achados sejam verdadeiros – já que necessitam de ser validados em pesquisas realizadas em seres humanos. “Até ao momento, não existem evidências científicas suficientes que confirmem que cortar carboidratos ajuda a ‘matar o tumor’ em humanos”.
3. “Proteína animal deve ser retirada da dieta, porque alimenta o tumor”
Outra afirmação que não tem fundamento. As proteínas são essenciais para a formação de novas células, além de participarem do transporte de substâncias no sangue, da produção de hormonas e, claro, da construção dos músculos – que, como já vimos, são importantíssimos para quem pretende curar-se de qualquer tipo de tumor.
O tratamento dessa doença propicia a perda muscular, o que pode não só piorar a reação aos fármacos, mas também limitar outras atividades do dia a dia do paciente. Sem músculos saudáveis, podem surgir problemas para sentar, levantar, caminhar, por exemplo.
4. “Chá-verde cura o cancro”
O relatório divulgado pelo INCA é categórico: “não existem alimentos que, milagrosamente, curam o cancro”. O que existem são evidências de que uma alimentação equilibrada, natural e diversificada garante uma boa saúde, prevenindo, entre outras patologias, o desenvolvimento de cancro. “Quanto mais colorida for a sua alimentação, mais fortalecidas estarão as defesas do corpo e menores serão as chances de prejuízos no seu estado nutricional durante o tratamento”, diz o texto.
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