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Portugal Fashion: Designers pedem mais comunicação, organização discorda

Comunicação insuficiente com os 'designers' e convites para desfiles nas semanas da moda internacionais lançados em cima da hora são algumas das críticas apontadas ao Portugal Fashion, entidade que classifica essas apreciações como um "não assunto".

Portugal Fashion: Designers pedem mais comunicação, organização discorda
Notícias ao Minuto

12:12 - 01/04/19 por Lusa

Lifestyle Moda

espera da primavera" era o nome da coleção que a 'designer' Anabela Baldaque ia apresentar na 43.ª edição do Portugal Fashion, no Porto, mas, a dois meses do evento, aquela estrutura de promoção da moda portuguesa informou a criadora que não ia poder participar, com o argumento de que "tinham talentos novos para apresentar na passarela principal e não havia espaço físico para tantos desfiles".

Falta de estratégia e de transparência é o que mais "choca" a 'designer' que participou no primeiro Portugal Fashion, em 1995, e tem participado em quase todas as edições nacionais, chegando a ser convidada para fazer desfiles nas semanas da moda de São Paulo (Brasil), Nova Iorque (EUA) e Paris (França).

Um caso idêntico aconteceu a Luís Buchinho, que, há cerca de um ano e meio, diz também lhe ter chegado um aviso do Portugal Fashion "tardiamente" de que não podia participar na semana da moda de Paris.

"Há um ano e meio fiz o inverno 2017-18 com desfile em Paris e estava a contar fazer o verão de 2018. Estava a trabalhar na coleção e fui avisado que não ia a Paris e fiquei um ano sem lá ir", recorda, referindo que ficou "surpreendido", porque planeou o seu "esquema de trabalho" com muita antecedência.

Essa comunicação tardia acabou por ter "repercussões negativas a nível das vendas" e a marca sofreu com essa anulação da participação em desfiles das passarelas internacionais, lamentou Buchinho, sugerindo que as estratégias do Portugal Fashion devem ser "mais direcionadas a cada 'designer'", através de mais reuniões, o que acontece de "maneira insuficiente".

Buchinho defende ainda que o Portugal Fashion deveria inverter o plano de ação no que diz respeito às paragens nas capitais da moda, reunindo-se com os 'designers' antes de traçar a estratégia de vender a imagem da moda de autor no estrangeiro.

O 'designer' Miguel Vieira também considerou que seria "ouro sobre azul" para todos os intervenientes, desde logo os 'designers', passando pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) e por todos os envolvidos, serem avisados com um "período mais alargado antes do desfile" internacional.

Miguel Vieira, com mais de 30 anos de carreira e um dos criadores que apresentam, com o apoio do Portugal Fashion, as suas coleções em Portugal e em semanas da moda mundiais, reconhece, todavia, que a estratégia de planeamento antecipado esteja pensada pela ANJE, mas como depende de fundos comunitários e de aprovação de projetos pode ser difícil lançar os convites aos criadores mais atempadamente.

Por seu lado, a 'designer' Katty Xiomara assume que foi avisada com pouca antecedência que não ia voltar a Nova Iorque.

"De facto, somos informados que vamos ou não vamos às vezes com um mês antecedência. Eu entendo, mas acho que deveria a haver uma forma, do meu ponto de vista, para encontrar um prazo mínimo de aviso aos 'designers', tendo em conta que como há sempre atrasos podem organizar-se os desfiles com base nesse pressuposto", defendeu a 'designer'.

Para Xiomara, é importante que a ANJE ouça os 'designers' para se encontrar em conjunto um "rumo ideal" para cada criador de moda e para que não se desperdice "o esforço" e o "investimento".

O 'designer' Nuno Baltazar, que fez recentemente várias críticas à atual direção do Portugal Fashion e anunciou em março que deixava de apresentar as suas coleções naquela plataforma, explicou que os motivos que o levaram a abandonar o projeto foram a desvalorização que fizeram aos seus alertas, sugestões e críticas.

"Não fui ouvido", lamenta Baltazar, acrescentando que os pressupostos do Portugal Fashion para apoiar os criadores na promoção internacional eram "muito pouco claros", com "dualidade de critérios" e feitos de "forma pouco profissional".

Questionado pela Lusa, o Portugal Fashion diz preferir não querer alimentar o que considera um "não assunto".

"Este não assunto é, em si, um erro que em nada dignifica a moda portuguesa nem as dezenas de designers que fazem dela vida e que lutam diariamente para que o seu nome seja cada vez melhor e maior. Da nossa parte, enquanto Portugal Fashion, continuamos aqui para os apoiar e tentar levar mais longe, sendo cada vez mais fortes. Esse é nosso objetivo principal", lê-se numa resposta escrita enviada pelo Portugal Fashion à agência Lusa.

O Portugal Fashion diz mesmo que acha por bem "não continuar a alimentar este bate-boca que, na verdade, não leva a lado nenhum, nem dignifica o trabalho" que faz e quer continuar a fazer.

"Todas as notícias à volta deste não assunto fizeram esquecer, na sua maioria, os 33 desfiles e as várias apresentações que aconteceram de quinta a domingo. Fizeram esquecer que, ao todo, e ao longo dos quatro dias de Portugal Fashion, estiveram presentes cerca de 50 participantes, e que passaram pela Alfândega do Porto perto de 37 mil pessoas", acrescenta o Portugal Fashion, referindo-se à 44.ª edição que decorreu 14 e 17 de março.

O Portugal Fashion é um projeto da responsabilidade da ANJE, desenvolvido em parceria com a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal e financiado pelo Portugal 2020.

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