Aumento da longevidade pode transformar pessoas em "zombies ambulantes"
De acordo com um cientista italiano, uma pessoa que atinge os 80 anos já perdeu cerca de 10 a 15% do cérebro, e ainda não se sabe como reverter esse processo.
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Lifestyle Viver para sempre?
Laboratórios por todo o mundo estão a tentar combater as causas do envelhecimento para aumentar a expetativa de vida humana, mas especialistas alertam que isso pode transformar uma parte da população em "zombies ambulantes".
O cientista italiano Mauro Giacca, professor de Ciências Cardiovasculares no King's College de Londres, no Reino Unido, disse que manter o corpo vivo por mais tempo é inútil, a menos que se descubra um método eficaz de regenerar as células cerebrais.
Segundo Giacca, cada ser humano perde cerca de 80 mil neurónios todos os dias, e ainda não foi descoberta uma forma de os regenerar. Logo, uma pessoa que atinge 80 ou 90 anos já perdeu cerca de 10 a 15% de seu cérebro, e por isso esses indivíduos pensam e movem-se mais devagar.
Cientistas interessados em entender por que as células envelhecem e morrem desenvolveram estudos sobre como parar esse processo. Da mesma forma, melhorias no tratamento de doenças como o cancro e avanços na vacinação e nutrição significam que a população está a viver mais do que nunca. Contudo, esses especialistas estão longe de resolver o problema da demência e da perda de células cerebrais, e isso indica que insistir em aumentar a expetativa de vida pode aumentar o número de pessoas com demência.
Mesmo que o mundo fosse livre de doenças e as pessoas aderissem a uma dieta restritiva e 100% saudável, ainda assim não seria suficiente para evitar a degeneração do cérebro. As pessoas acabariam com "um coração saudável, mas com uma cabeça estúpida", disse Giacca.
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