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Aneurisma cerebral: A doença fatal de Daenerys de 'Guerra dos Tronos'

"Nos piores momentos, queria morrer. Pedi aos médicos que me deixassem morrer. Parecia que tinha de superar situações mais adversas que a própria Daenerys". Emilia Clarke, a protagonista da série Game of Thrones, revelou que problemas de saúde quase a fizeram abandonar sua carreira.

Aneurisma cerebral: A doença fatal de Daenerys de 'Guerra dos Tronos'

Daenerys da Casa Targaryen, Primeira do Seu Nome, Rainha dos Ândalos, dos Roinares e dos Primeiros Homens, Senhora dos Sete Reinos, Protetora do Reino, Khaleesi, Rainha de Meereen, Nascida da Tormenta, a Não-queimada, Mãe dos Dragões, Rainha Prateada, Mhysa, Filha da Morte, Matadora de Mentiras, Noiva do Fogo, Destruidora de Correntes ou, simplesmente, Dany, é uma personagem incrível do mundo de Game of Thrones. Todavia, a atriz que dá vida à já tão mítica personagem foi acometida por dois aneurismas, o último aos 32 anos, e esteve a ponto de quase desistir da sua carreira. 

Num artigo publicado na revista norte-americana The New Yorker, Clarke conta que esteve a "ponto de morrer".

A intérprete da personagem Daenerys Targaryen teve de passar por duas operações que geraram crises de ansiedade e ataques de pânico. Chegou a ficar convencida de que não sobreviveria, mas conseguiu recuperar-se, como reporta a BBC.

Clarke teve seu primeiro aneurisma em 2011, aos 24 anos, enquanto praticava exercício no ginásio e caiu ao chão "contorcendo-se de dor".

O que é um aneurisma?

Chama-se aneurisma à dilatação da parede de uma artéria, que forma uma espécie de balão mais frágil que não consegue resistir à pressão arterial elevada o que pode tornar-se uma situação muito grave. As artérias saudáveis têm paredes musculares que resistem à força exercida pelo sangue a circular. É quando perdem resistência num ponto, e cedem, que se forma o aneurisma. Quando sucede, numa artéria do cérebro, chama-se aneurisma cerebral. Estima-se que afete 2% a 3% da população mundial.

Sintomas

A maioria dos aneurismas não dão sinais e podem nunca ser detetados. Por vezes são detetados acidentalmente, quando se faz uma TAC ou uma ressonância magnética por outro motivo. Quando o aneurisma gigante (maior que 2,5 cm) com efeito de massa comprime uma zona cerebral relevante podem ocorrer alguns sintomas, como dores de cabeça, visão turva ou alguma dormência facial. Uma dor de cabeça súbita e intensa, normalmente descrita como a pior dor de cabeça de sempre, deve ser investigada de imediato — pode indicar rutura de um aneurisma. Acontece anualmente em 10 por 100 mil pessoas. A rutura de aneurisma representa 5% dos acidentes vasculares cerebrais, segundo informações disponibilizadas pela rede de hospitais Lusíadas. 

Fatores de risco

Hipertensão

A maior parte dos aneurismas rompem quando a tensão arterial sistémica, a dita máxima, é superior a 16. Significa que a força exercida pelo sangue na parede das artérias é muito forte, daí haver um maior risco de rutura. Quem tem aneurismas por tratar deve manter um controlo muito apertado da tensão arterial.

Outras doenças

Diabetes, aneurisma da artéria renal, doença do tecido conjuntivo, arteriosclerose, entre outro tipo de patologias, são fatores de vulnerabilidade a ter em conta.

Herança genética

Quando há dois familiares em linha direta (pais ou filhos) com aneurisma, recomenda-se que a pessoa seja examinada. Quinze por cento dos doentes têm aneurismas múltiplos.

Tratamento

Tipicamente, não se intervém nos aneurismas muito pequenos e intervém-se nos aneurismas com mais de 5 milímetros. A velocidade do seu crescimento e o facto de estarem localizados em zonas de maior ou menor risco de sangramento também condiciona a decisão de intervir.Em doentes com fatores de risco recomenda-se a deteção ativa de aneurismas e o seu tratamento, pois, na eventualidade de uma rutura, com extravasamento de sangue para o cérebro, apenas 15% dos doentes recuperam de forma a voltar a ter uma vida normal.

O tratamento consiste em fechar o aneurisma, impedindo que o sangue o preencha.

Cirurgia

Os cirurgiões acedem por fora à parede da artéria e põem um clip que fecha o aneurisma.

Embolização ou tratamento endovascular

Coloca-se um cateter pela artéria que, ao chegar ao local do aneurisma, liberta uma substância que o vai fechar.

A condição que quase matou Daenarys Targaryen

Quanto a Emilia Clarke, os médicos descobriram que a atriz tinha uma hemorragia subaracnoidea (HSA), um tipo de acidente vascular cerebral potencialmente letal que ocorre quando um vaso sanguíneo se rompe na superfície do cérebro. Um terço dos pacientes não resiste e morre imediatamente ou pouco depois.

Logo depois da cirurgia, teve um ataque de afasia, que ocorre quando a pessoa perde a capacidade de compreender ou formular palavras devido a um dano numa região específica do cérebro.

Tal comprometeu a capacidade de comunicar, ao impedí-la de falar com coerência, e quase a fez desistir de sua carreira. "Nos piores momentos, queria morrer. Pedi aos médicos que me deixassem morrer", contou.

Ainda, assim Emilia conseguiu recuperar o suficiente para voltar às gravações da segunda temporada de Game of Thrones, mas "ficava enjoada constantemente e sentia-,e muito fraca", explicou.

Em 2013, enquanto atuava em Nova York, Clarke passou por uma segunda cirurgia para eliminar um segundo aneurisma. O procedimento foi ainda mais invasivo, já que foi necessário abrir o crânio.

"Parecia que tinha de superar situações mais adversas que a própria Daenerys", disse Clarke, que falou pela pela primeira vez de sua dolorosa experiência.

Ela agora diz estar a "100%" e lidera um fundação que dá apoio a quem sofreu e está a recuperar-se de problemas neurológicos.

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