O médico Lawrence Epistein explicou em entrevista ao Huffington Post que o despertador nos ‘rouba’ tempo de sono. E se acordar sozinho, provavelmente é porque já dormiu o suficiente. Assim como o seu despertador promete acordá-lo, o corpo tenta também antecipar o início do dia. Durante os últimos estágios do sono, são libertadas hormonas relacionadas com o stress, explica o professor alemão de neurociência, Jan Baron.
Num estudo, descobriu-se que uma hormona em particular, a adrenocorticotropina (ACTH), mostrava níveis superiores no sangue quando a pessoa que estava a dormir tencionava levantar-se a uma hora certa. Não se sabe exatamente por que motivo a expetativa de acordar a uma hora aumenta os níveis da hormona na primeira hora da manhã.
Segundo Luciano Di Tacchio, professor de Farmácia, Toxicologia e Tearpêutica na Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, os seres humanos funcionam de acordo com relógios internos. Esse ritmo orgânico está sincronizado com o ciclo natural da luz e ajuda-nos a acordar todas as manhãs e a adormecer todas as noites.
Todavia, o facto de todos termos um relógio interno, não significa que sejamos todos iguais. A diferença nos genes é uma razão que explica por que alguns de nós se levantam mais cedo de forma natural. Na sua investigação, Di Tacchio, chamou KDM5A ao gene despertador responsável por acordarmos por nós próprios logo de manhã. Na realidade, este gene específico funciona como parte de uma rede de genes que trabalham como um relógio, afirma o investigador.
“Não está fabricado com peças mecânicas, mas as componentes moleculares que têm exatamente o mesmo funcionamento que um relógio” O gene tem uma proteína chamada JARID1 que gera algumas variações na forma como se expressa no gene despertador, da mesma forma que um relógio tem um tic-tac diferente dependendo da fricção dos ponteiros. Em conclusão, o que explica o porquê de nos levantarmos pouco antes do despertador tocar são muito pessoais e variam segundo o gene despertador de cada um e o nosso nível individual da hormona ACTH”
“O relógio do cérebro marca o ritmo”, conclui Di Tacchio.
