Discriminação. Mulheres que se vestem assim são vistas como menos capazes
Pesquisa revela que machismo em relação aquilo que é considerado vestuário feminino sensual e provocante está patente tanto em homens como noutras mulheres.
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Lifestyle Estudo
Menos competência e pior desempenho académico: essa é a perceção involuntariamente emitida por estudantes de universitárias italianas que usam ‘roupas sexy’, de acordo com uma pesquisa publicada recentemente no periódico científico Frontiers in Psychology, e divulgado pela revista Galileu.
O estudo da Universidade de Surrey, no Reino Unido, mostrou a voluntários um conjunto de 24 fotografias de mulheres recém-licenciadas a usar saias curtas, calções, decotes e saltos altos. Outro conjunto de 12 imagens de mulheres em roupas ‘mais profissionais’, como blazers e calças. De seguida, foi pedido que estimassem o quão sensuais, competentes e apropriadas o vestuário e as ditas mulheres eram.
As mulheres do segundo grupo foram consideradas mais competentes, relativamente às do primeiro. Os participantes da pesquisa consideraram também que ‘trajes profissionais’ são os mais corretos para usar no ambiente académico.
Outro conjunto de fotografias, desta vez de 37 universitárias, foi mostrado a um grupo de 573 mulheres, entre estudantes, professoras e membros da sociedade civil. Cada uma das 37 aparece numa imagem a usar um traje ‘sexy’ e outro ‘profissional’.
As participantes estimaram o desempenho, sucesso profissional no futuro e se usariam as roupas que viram nas imagens. Do mesmo modo, as voluntárias deram as notas mais elevadas àquelas que trajavam fatos, calça ou blazers, classificando-as como mais "competentes".
Fabio Fasoli, o líder do estudo e professor de psicologia social na universidade, afirmou em comunicado que associar o desempenho académico das mulheres relativamente à forma como se vestem é "injusto".
"É comum achar que a forma como nos vestimos reflete a nossa personalidade, mas esse não é o caso das mulheres, uma vez que elas estão sob constante escrutínio por causa da aparência que têm", disse. "Conclusões indevidas são feitas a seu respeito, inclusive sobre a sua inteligência e capacidade profissional”.
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