Sr. Lisboa: O bon-vivant que também é um restaurante
Jovem de aparência aprumada, excêntrico, empresário exigente, rigoroso mas irreverente, o Sr. Lisboa é a verdadeira força da Natureza! Cresceu num restaurante, brincou aos pés dos clientes e lá aprendeu tudo sobre a boa mesa, a comida e vinhos, e um bom serviço.
© Sr. Intimista
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Apaixonado pela capital, é um orgulhoso habitante da Rua de São José. De espírito irrequieto e permanentemente insatisfeito, há uma constante na sua vida: as jantaradas que organiza em sua casa para os amigos e para os amigos dos amigos. O Sr. Lisboa não faz cerimónia, é divertido, desbocado e diz palavrões.
Depois fica sério, focado. "Vamos ao que realmente interessa", diz ele, "o que querem provar?".Com 35 lugares, o restaurante Sr. Lisboa é um espaço intimista, mas barulhento, decorado com tachos, panelas, colheres de pau, tambores das máquinas de roupa e fogões. Não há gelo que resista a uma rodada de pratos para partilhar!
O Sr. Lisboa é um restaurante com carisma e tem o seu feitio. Mas também é Francisco Breyner que, com 24 anos, cuida desta casa com mão de ferro e uma criatividade indomável. Ao seu lado, e na cozinha, tem o chef Pedro de Sousa, de 23 anos, que, aos 18 deixou Coimbra por Lisboa, para aprender com os melhores da área da restauração.
Quando o caminho dos dois se cruzou, juntou-se a fome à vontade de comer: Francisco tinha acabado de instalar o Sr. Lisboa naquela rua estreita do centro da cidade; Pedro estava com a mão quente, depois de ter trabalhado na Casa do Marquês, no restaurante Champanharia do Largo e no wine restaurant, Great Tastings.
Foi uma dupla feita no céu: são cúmplices e os maiores críticos um do outro - este é o ADN do Sr. Lisboa.
A carta nasceu tradicional portuguesa, orgulhosa das suas raízes, mas a criatividade do chef tornou-a mais arriscada. Tudo nela desafia as noções dos pratos clássicos - dos nomes ao que podemos lá provar: o Polvo Chimichurri (polvo, molho chimichurri e batata) quer-se para dividir com os Ovos revoltados (batata ao cubo, ovo a baixa temperatura, cogumelos, crocante de farinheira e azeite de trufa), os Pés à Cinderela (pezinhos de porco, batata doce, gel de coentros e cuscuz), a Feijoada de cogumelos (mistura de cogumelos, feijão, seus jus e coentros) ou a Vaca à colher (bochechas de vitela estufadas, caril verde e pickle de chalotas roxas).
Nos clássicos da casa, há Pica-pau de touro bravo (vazia de touro bravo, pickles, alho, louro e mostarda), Croquetes de bacalhau à brás (bacalhau da Islândia, batata palha, salsa e maionese de azeitona verde), Lombo de novilho com queijo da Serra da Estrela (lombo, rúcula, queijo e pimenta rosa) e ainda Atum braseado (lombo de atum, texturas de batata doce e vinagrete de nozes e soja).
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As duas dezenas de petiscos que compõem a carta servem variadas preferências: as de quem dispensa a carne e as de quem não passa sem ela; as dos que só têm olhos para peixe e marisco e as de quem apenas prefere queijos e enchidos. Todos eles têm em comum o gosto pela cozinha portuguesa e o interesse pelas suas origens (além de serem bom garfo!).
As sobremesas não passam despercebidas: o Pastel de nata chega à mesa desconstruído e o Pudim Abade de Priscos vem acompanhado por um crumble de avelã, gelado de lima e redução de manjericão ananás.
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O Sr. Lisboa não é crente, mas se há coisa em que acredita é na religião do vinho. Na sua garrafeira só encontramos referências nacionais de pequenos produtores, os seus vinhos prediletos.
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