A informação foi avançada à Lusa numa resposta da autarquia em que se explica que a transferência do museu para este edifício municipal da Rua da Reboleira foi aproveitada para uma "reformulação do conceito" do espaço, que agora "evidencia a importância do poder local na regulação do comércio do vinho".

O Museu do Vinho do Porto, um dos núcleos do Museu da Cidade, esteve instalado desde 2004 no Armazém do Cais Novo, na zona de Massarelos, e segundo a página da Internet da empresa municipal Go Porto, o processo de mudança para a Ribeira foi iniciado em 2016 e "representa um investimento superior a 128 mil euros".

"Neste novo espaço, evidencia-se a importância do Poder Local na regulação do comércio do vinho em geral e do Vinho do Porto em particular e realça-se três categorias de oficiais municipais que, ao longo dos séculos, lidaram com o vinho (vereadores, almotacés e aferidores)", descreve o município na resposta enviada à Lusa.

De acordo com a câmara, "a função secular do Governo da cidade em garantir o seu aprovisionamento desdobra-se nas funções de obtenção, armazenamento e distribuição de provisões", bem como "decisão e fiscalização" relativamente a vários aspetos.

Em causa, diz o município, estavam "categorias, modalidade de venda, locais de descarga e venda, transportes, circulação, higiene, vendedores e vendedeiras, vasilhas, padrões de medidas e tabelamento de preços".

O novo espaço "reúne, sistematiza e valoriza diversos objetos pertencentes ao acervo municipal e relacionados com o tema, mas que estavam espalhados por diferentes polos", esclarece a autarquia.

Estes objetos estavam, até agora, em reservas municipais, no Arquivo Histórico Municipal do Porto, Biblioteca Pública Municipal do Porto e espólio da Câmara do Porto em depósito no Museu Nacional Soares dos Reis.

Na página da Internet da autarquia descreve-se que "a vertente comercial do Vinho do Porto - aquela que é a sua forte ligação à cidade - constitui o foco do novo Museu do Vinho do Porto que tem inauguração marcada para 05 de março".

"Localizado no edifício da Rua da Reboleira, onde funcionou em tempos o CRAT - Centro Regional de Artes Tradicionais, frente ao rio e no 'coração' da Ribeira e do Centro Histórico, o museu assumirá uma postura disruptiva, afirmando desde logo que não se está perante 'mais um' espaço museológico sobre o Vinho do Porto, o rio ou a região duriense", refere.

Segundo a Câmara, o novo museu complementa "as propostas já

existentes, nomeadamente no IVDP [Instituto dos Vinhos do Douro e Porto], nas caves de Gaia e no Alto Douro".

Ao mesmo tempo, "introduz uma narrativa diferente a propósito deste produto, pondo o foco no papel do município no negócio e nas coleções municipais associadas ao tema".

"Mantendo o objetivo último da divulgação e promoção do Vinho do Porto e da sua história, o equipamento pretende sublinhar a importância do Poder Local na regulação do comércio do vinho", observa.

De acordo com a página da Internet da empresa Municipal Go Porto, os "principais trabalhos" da empreitada visavam, "além de dotar o Museu Vinho do Porto das infraestruturas necessárias para o seu funcionamento, reabilitar o património arquitetónico da cidade promovendo o seu desenvolvimento".

Naquela página, indicava-se a conclusão da obra para agosto de 2018.