Tristeza e desespero: Ciência diz que o luto pode matar

O luto impulsiona e intensifica a depressão, que por sua vez pode diminuir a resistência do corpo e causar o aparecimento de processos inflamatórios.

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Liliana Lopes Monteiro
23/01/2019 16:00 ‧ 23/01/2019 por Liliana Lopes Monteiro

Lifestyle

Saúde mental

Apesar de a morte de um ente querido se tratar por ventura de um dos episódios mais traumáticos que o ser humano pode passar, o luto tem que ser devidamente experienciado, para ser ultrapassado.

Entretanto, é necessário e recomendável ter acompanhamento psicológico para que o sofrimento não implique ainda riscos maiores, tendo em conta que um estudo divulgado na publicação ScienceAlert afirma que o momento trágico pode levar inadvertidamente à morte do individuo que sofre a perda.

A pesquisa salienta que os idosos são os mais afetados, principalmente quando são casados e perdem o parceiro de décadas.

Isso acontece porque o sofrimento que o luto acarreta provoca uma maior incidência de problemas cardiovasculares e processos inflamatórios no corpo.

De modo a comprovar essa teoria, uma equipa de investigadores da Rice University, nos Estados Unidos, liderados pelo cientista Chris Fagundes, analisou 99 indivíduos que tinham perdido um cônjuge há menos de três meses.

Por que tal ocorre?

De acordo com os académicos, o luto pode desencadear a depressão, o que por sua vez aumenta os processos inflamatórios do corpo, aumentando o riscos de ataque cardíaco e de morte prematura.

Para efeitos daquela pesquisa, os cientistas entrevistaram os participantes dividiram-nos de acordo com a gravidade do seu estado mental. De seguida, coletaram amostras de sangue aos voluntários. Quem estava a experienciar um luto mais severo, apresentava maiores níveis de citocina pró-inflamatória no corpo, ou seja, de proteínas que agravam as inflamações que afetam o organismo.

Segundo o mesmo estudo norte-americano, o aumento dessas proteínas no corpo corresponde a um risco 17% maior de ocorrência de processos inflamatórios.

Próximos passos para a ciência

"Agora que detetámos essa relação, podemos começar a desenvolver medidas de intervenção para ajudar quem está a viver um luto particularmente difícil. Podemos intervir com tratamentos comportamentais ou farmacológicos", explica Chris Fagundes, autor do estudo, numa entrevista ao periódico científico Psychoneuroendocrinology.

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