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O que nos trará a luta contra o cancro em 2019?

O Lifestyle ao Minuto partilha o artigo de Adriana Terrádez, diretora da OncoDNA para Portugal e também Espanha.

O que nos trará a luta contra o cancro em 2019?
Notícias ao Minuto

19:24 - 20/12/18 por Notícias Ao Minuto

Lifestyle Doença

Há poucos dias soubemos que o Ministério da Saúde havia aprovado o preço e o financiamento, no Sistema Único de Saúde, da que provavelmente será a terapia oncológica mais inovadora em 2019: a primeira terapia de células T com recetores de antígenos quimérico, mais conhecido como CAR-T.

Um tratamento inovador de uma única administração projetada individualmente para cada doente. Mais especificamente, modifica as células do sistema imunológico do doente para atacar as células tumorais. Esta técnica, bastante agressiva e de preço elevado, foi aprovada para tratar alguns tipos de cancro hematológico em crianças e adultos, e embora até muito recentemente ela só tenha sido implementada nos EUA, já existem muitos especialistas espanhóis que são capazes de lidar com ela.

Mas não será a única novidade que vemos para o próximo ano em matéria oncológica. Espera-se um avanço substancial na medicina de precisão, tanto em terapias quanto no diagnóstico. Um exemplo claro é o dos estudos genómicos, que há muito demonstram o seu potencial como "espiões" de oncologistas e patologistas, recolhendo informações muito mais precisas sobre a origem genética de um tumor, determinando a sua possível resistência a um ou outro tratamento. Uma série de ferramentas que estão a começar a dar o salto para a prática clínica de rotina.

Baseados nessas técnicas estão os imunogramas, outro dos elementos que provavelmente veremos crescer nos próximos meses, úteis para prever se um doente responderá ou não à imunoterapia, cada vez mais presente, eficaz e acessível na luta contra o cancro. Modelos como os da OncoDNA são capazes de analisar vários biomarcadores: os níveis de expressão de PD-L1 e CD8 em linfócitos, ou a presença de mutações associadas à resistência ou sensibilidade a esses tipos de tratamentos são alguns deles.

Desta forma, os especialistas têm mais informações sobre a origem de um tumor e podem oferecer ao doente a terapia que melhor se adapte a ele, evitando a toxicidade de um tratamento errado e economizando custos, seja para o sistema ou para o próprio doente.

A tudo isso, devemos acrescentar as novas ferramentas baseadas nos chamados big data, cada vez mais presentes em todos os processos da nossa vida e na criação de extensas redes de profissionais via online. Existem plataformas bioinformáticas online, como OncoKDM, capazes de aglutinar todas as informações que foram recolhidas sobre um doente (através de vários testes, como biópsias, análises genómicas, etc.) e interpretá-lo efetivamente do ponto de vista clínico e biológico graças a uma série de algoritmos e catálogos incluídos nas suas bases de dados.

São plataformas on-line pelas quais as informações do doente viajam com segurança, capazes de processar um volume considerável de documentos num curto espaço de tempo, mesmo tendo sido recebidos em diferentes formatos e oferecendo resultados remotamente. Tudo para acelerar o tempo e garantir ao doente oncológico um diagnóstico rápido para poder colocá-lo em tratamento o mais rápido possível

Por outro lado, é mais do que provável que tenhamos novas adições ao arsenal terapêutico de cancros frequentes, como o cancro de mama, no qual a indústria farmacêutica se está a voltar para a I&D. Existem quase 170 novos medicamentos em fase de ensaios clínicos em escala global, que surgiram graças ao crescente conhecimento da biologia desse tipo de tumores e sua resposta imune.

A I&D faz-nos dar passos gigantescos, ano após ano, contra esse catálogo de males que se juntam sob a palavra cancro. Apostar nela e nos profissionais que trabalham neste campo é um valor seguro para o nosso futuro.

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