Segundo uma reportagem divulgada pela revista norte-americana TIME, uma série de fatores podem causar a morte de elementos do mesmo casal num curto espaço de tempo.
De acordo com um estudo publicado em 2013, no periódico científico Journals of Gerontology, a morte de um dos indivíduos pode aumentar o risco de morte do parceiro em cerca de 30%, comparativamente aqueles que não são casados. Algumas estimativas chegam a ser mais elevadas e estimam que nos seis meses logo após o falecimento de um dos elementos, o enlutado apresenta um maior risco de mortalidade – de 40% a 70% - comparativamente ao resto da população, revela a organização American Psychological Association.
Apesar de trágico o fenómeno é facilmente explicável, já que os elementos do casal tendem regra geral a ter uma idade próxima e a partilhar as mesmas atividades e hábitos durante décadas.
Os especialistas referem ainda que a devastação emocional causada pela perda de um parceiro de vida pode ter também o seu peso, por vezes provocando até uma condição fatal comummente conhecida por síndrome do coração partido ou cardiomiopatia.
“O cérebro tem um sistema para lidar com stress extremo”, explica o médico Martin Samuels, diretor de neurologia no Brigham and Women’s Hospital, em Boston, e investigador da síndrome do coração partido, em declarações à TIME.
“Quando esta síndrome ocorre o stress é tão grande que faz com que químicos nocivos afetem o coração, o que por sua vez faz com que este não contraia normalmente”. O coração assume uma forma anormal, o que leva a um decréscimo da circulação sanguínea até às artérias coronárias e ao resto do corpo, diz.
“Qualquer órgão pode falhar, ou todos os órgãos”, afirma Samuels. “Perder um esposo é uma das experiências e circunstâncias mais stressantes que um ser humano pode viver”.
Enquanto que o casamento e o companheirismo associado apresentam benefícios para a saúde, a solidão que os indivíduos sentem quando essa união acaba pode ter o efeito inverso. Os cientistas creem inclusive que a solidão pode aumentar o risco de alguém sofrer um ataque cardíaco ou enfarte.