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Estudo aponta o motivo por que portugueses têm uma má saúde digestiva

O vasto trabalho de investigação contou com especialistas da área da alimentação, sono, atividade física, stress e digestão e aponta dados específicos que se espera que sejam entendidos como uma necessidade de mudar certos hábitos, já!

Estudo aponta o motivo por que portugueses têm uma má saúde digestiva
Notícias ao Minuto

15:00 - 29/11/18 por Mariana Botelho

Lifestyle Casos

Aquilo que fazemos influencia em muito a nossa saúde, seja comer mal, não dormir ou permitir que o stress se apodere de si mesmo. Tudo isto, que se resume no estilo de vida, leva a um impacto negativo na saúde digestiva. É esta a principal conclusão de um estudo desenvolvido por especialistas nacionais que se focaram no caso português.

‘Quais os indicadores que mais afetam a saúde digestiva?’ foi uma das questões lançadas pelos próprios autores do estudo que serviu como ponto de partida para o mesmo e que permitiu definir como bases da investigação os quatro pontos: alimentação, sono, atividade física e stress.

Foquemo-nos em cada um deles antes de perceber o que motiva a prevalência de cada um, bem como por que são desvalorizados.

Alimentação

É a nutricionista Ana Bravo quem lidera este ponto e começa por apontar que as principais preocupações sentida pelos portugueses foca-se nos alimentos a escolher e não a frequência e tempo que se deve dedicar à alimentação.

O consumo de doces e salgados é demasiado elevado entre a população, e sobre isto os portugueses estão cientes, bem como acerca do mal que tal acarreta. Por outro lado, mais de 50% dos portugueses admite ter preocupações com a composição nutricional daquilo que come, principalmente quando são pais.

Por fim, os probióticos, aspeto essencial ao sistema digestivo, é um tema pouco percebido, principalmente pelos indivíduos mais jovens da amostra inquirita.

Em jeito de resumo, Ana Bravo refere que “a maioria das pessoas parece fazer apenas 3 refeições por dia, com grande espaçamento de tempo entre refeições (superior a 4 horas), principalmente durante a semana de trabalho. São aparentemente refeições muito rápidas. Será de destacar que fazer refeições, como o almoço e o jantar, em menos de 30 minutos, denota a incapacidade de parar o dia de trabalho para fazer uma refeição calma. O recomendado seria que as refeições fossem mais frequentes, em intervalos regulares, ingeridas de forma mais lenta e em quantidades ligeiras, para bem da saúde digestiva e do controlo do peso”.

Atividade Física

Mais de metade dos portugueses não praticam atividade física suficiente, principalmente as mulheres. Quem o diz é Sofia Veiga, a especialista em atividade física que faz parte deste grupo de investigação, mas também sobre este aspeto os portugueses estão conscientes.

Não só não praticam exercício, como passam mais de um terço do seu tempo diário sentados, muito por culpa do trabalho. O resultado? A população queixa-se frequentemente de dores musculares e nas articulações, contudo, não o associam ao sedentarismo. Do mesmo modo, os inquiridos não reconhecem os aspetos positivos e quase imediatos que o exercício físico pode trazer.

Apesar do panorama de uma população pouco ativa, a visão de Sofia Veiga é algo otimista: “O sedentarismo continua elevado embora já se veja algumas mudanças nos últimos tempos, havendo uma maior consciência da importância da atividade física principalmente na população com Pré-Obesidade e Obesidade; mesmo assim é um indicador muito preocupante.”

Sono

Vida saudável? Desporto e alimentação. Por vezes, a ideia de que o sono é tão importante quanto os outros dois fatores é ‘esquecida’. É este o caso dos portugueses que “parecem não percecionar corretamente a sua qualidade de sono e o impacto que a falta deste tem nas suas vidas”, lê-se no relatório.

Por parte dos inquiridos, cerca de 40% admite que tem um sono agitado ou perturbador, mas Filipa Jardim da Silva, especialista em sono, acredita que a percentagem é superior à apresentada, mas que muitos nem têm noção de que dormem mal e por isso a sua resposta não reflete a real situação.

Esta noção por parte da especialista parte dos números que mostram que mais de 11% dos portugueses acorda todas as noites e 43% acorda muitas vezes. Além disso, “mais de metade dos inquiridos afirmam que o seu quotidiano é stressante, sendo que uma grande maioria assume que diariamente ou quase todos os dias experiencia irritação, ansiedade e angústia [dados identificados na área da especialidade de stress], o que naturalmente afeta a qualidade do sono. E é aqui que notamos que existe uma maior perceção dos níveis de stress, da alimentação realizada ou da prática de exercício físico, comparativamente à atenção dedicada ao sono”, alega Filipa Jardim da Silva.

Stress

Dos quatro, o stress é o fator que mais predomina, segundo o estudo, de onde se conclui que praticamente todas as mulheres sofrem diariamente de algum estado de stress. Nos homens, 50% da população é afetada pelo mesmo.

O motivo do stress? Advém do trabalho, como se esperava, mas além disso, mais de 25% dos inquiridos admite sofrer de um elevado grau de stress que associa a uma constante necessidade de mudar radicalmente de vida, um aspeto que tende a atenuar com o avançar da idade.

Sobre isto, a especialista em sono que participou nesta investigação, Sofia Castro Fernandes, refere que “Numa era em que os ambientes de trabalho focam-se, cada vez mais, na pressão para obter resultados, no pouco estimulado (e esclarecido) work-life-balance, numa exigente dinâmica de never offline, supreende-me, muito, que apenas 22% dos inquiridos se assumam ''invadidos'' pela ansiedade todos os dias. Ainda assim, as mais de 40% de respostas positivas à influência do stress diário na saúde digestiva já indiciam uma maior consciência do enorme impacto desta reação fisiológica àquilo que o nosso cérebro sente como uma ameaça.

De toda esta análise os autores do estudo admitem que as conclusões não são totalmente surpreendentes, mas ainda assim merecem atenção já que num todo tal remete para ua vida pouco saudável que compromete, também, a saúde digestiva.

Falta garantir uma maior consciência sobre a importância de se praticar exercício físico, algo tão importante quanto fazer refeições diárias: “as pessoas não praticam atividade física e não têm como associar/provar que o exercício ajuda à saúde digestiva, ou simplesmente porque não têm conhecimento desse benefício”.

Em relação ao stress, importa lembrar que “com elevados níveis de stress e um descanso desajustado, o corpo pode acabar por não conseguir o equilíbrio necessário para o seu funcionamento em pleno, o que se reflecte, obviamente, no funcionamento do aparelho digestivo, na saúde digestiva.”

Em suma, o estilo de vida dos portugueses vai mal e para o melhorar, há que o cuidar como um todo, não descurando de nenhum dos quatro pontos aqui tratados.

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